Neste mês, no dia 24 de maio, comemora-se o dia nacional do café, data esta que simboliza a abertura das colheitas na maior parte das regiões produtoras do país. Este texto é uma homenagem a este símbolo de nossa cultura, item imprescindível em qualquer mesa brasileira logo pela manhã.
A planta de café, cientificamente conhecida como Coffea, é nativa da região tropical da África, mais especificamente da área que abrange países como Etiópia, Sudão, Quênia e Tanzânia.
Acredita-se que o café tenha sido descoberto na Etiópia, onde as tribos locais consumiam as sementes da planta em forma de infusão. A partir de então, seu cultivo e consumo se espalharam gradualmente pela África e chegaram à Península Arábica.
No século XVII, o café ganhou popularidade na Europa, e os colonizadores europeus levaram a planta para diferentes partes do mundo. Foi somente no século XVIII que a planta de café foi introduzida no Brasil, trazida por Francisco de Mello Palheta, um oficial militar português. Ele obteve mudas de café em uma viagem à Guiana Francesa e as trouxe para o Brasil, onde iniciou o cultivo.
O Brasil apresentava condições geográficas e climáticas ideais para o cultivo do café. Com vastas áreas de terras férteis, clima tropical e uma topografia propícia, o país rapidamente se tornou o lar perfeito para essa planta valiosa. Além disso, o Brasil já possuía experiência na produção de outros produtos agrícolas, como açúcar, o que facilitou a transição para o cultivo do café.
Desde então, o Brasil se tornou um dos principais produtores e exportadores de café do mundo e atualmente é responsável por uma parcela significativa da produção mundial, além de ser reconhecido internacionalmente pela excelência de grãos.
Embora no dia a dia não se faça menção, existe mais de uma espécie da planta café que é consumida, além de inúmeras variações e subtipos, especialmente do café arábica, que é um dos mais plantados e consumidos no mundo todo. Conhecer os tipos de grãos diferentes ajuda a entender melhor sobre a acidez, doçura e aroma da bebida.
O café robusta se desenvolve em diversos climas e é mais resistente a pragas, sendo, por isso, a escolha industrial para fazer café solúvel e misturas com outros tipos de grãos. Ele possui sabor mais intenso e amargo, além de alto teor de cafeína.
O café arábica, de outro lado, é cultivado em grandes altitudes, acima de 1000 metros e demanda maior cuidado, sendo a escolha para a produção de bebidas gourmet. Ele possui menor teor de cafeína e maior teor de açúcares. Essa espécie originou outras variedades como a Bourbon, Acaiá e Catuaí, ressaltando-se este último que é uma espécie desenvolvida em território brasileiro pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas).
A produção de café no Brasil tornou a bebida acessível a uma parcela maior da população e o café logo se tornou uma bebida essencial no cotidiano dos brasileiros, sendo consumido nas residências, nos estabelecimentos comerciais e até mesmo nas ruas, impulsionando o surgimento de cafeterias e estabelecimentos especializados.
Aliás, o termo “café da manhã” tem origem na prática de consumir café logo pela manhã, como primeira refeição do dia. Acredita-se que a tradição de consumir café pela manhã tenha se originado no século XV na região do Mediterrâneo, mais especificamente no Império Otomano. Na época, era comum beber café antes de começar as atividades diárias, para obter energia e se manter alerta. Com o tempo, o termo “café da manhã” passou a ser utilizado para descrever a refeição matinal que inclui café e outros alimentos.
Embora o café tenha caído no gosto dos brasileiros há mais de 100 anos, tem sido visto, em anos mais recentes, o aumento de apreciação da bebida em um contexto mais requintado: diferentes tipos de grãos, extração, moagem, além do surgimento de estabelecimentos comerciais especializados na bebida.
No Instagram do projeto, preparamos um post explicando os diferentes métodos de extração, o que auxilia na hora de escolher qual forma se adequa mais a seu paladar.
Gourmet ou não, consumido em cafeteria preparado por um barista ou na cozinha da vovó passado em um coador de pano, certo é que o café transformou a cultura e a sociedade brasileira, moldando a economia e deixando um legado duradouro. Até hoje, o café é uma paixão nacional e uma parte intrínseca do dia a dia dos brasileiros.
Referências
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INACIO, B. D. S. A produção de café no Brasil: da política ao gourmet. Sensix, 2022. Disponivel em: <https://blog.sensix.ag/a-producao-de-cafe-no-brasil-da-politica-ao-gourmet/>. Acesso em: 18 maio 2023.
MOKA CLUBE. Conheça 7 tipos de grãos de café para experimentar. Moka Clube, 2020. Disponivel em: <https://www.mokaclube.com.br/blog/tipos-de-graos-de-cafe/>. Acesso em: 18 maio 2023.
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SHIE, T. História do Café – A Origem e Trajetória da Bebida no Mundo. Grão Gourmet, 2018. Disponivel em: <https://www.graogourmet.com/blog/historia-do-cafe/>. Acesso em: 18 maio 2023.