Post Lançamento Instagram_Curso de formação EAN (Apresentação (169))

Curso de formação de professores

A saúde planetária se trata do entendimento de que a vida de todos os seres vivos e o meio ambiente estão intimamente ligados, ou seja, a ação humana impacta os ecossistemas naturais que, por sua vez, também influenciam a maneira como vivemos.

É sobre isso que o Sustentarea irá abordar no curso lançado na última segunda, 03/04, voltado aos professores da Prefeitura de Águas de Lindóia, com foco na relação entre saúde planetária e alimentação sustentável.

Trata-se de um piloto e, após avaliação do grupo de trabalho, o curso poderá ser ampliado para outros públicos. As novidades serão divulgadas nas nossas redes, portanto, não deixe de nos acompanhar!

Podcast Ep 02 Instagram Post

#02 | Sistemas alimentares tradicionais

episódio #02

Sistemas alimentares tradicionais do Brasil

As transformações pelas quais os sistemas alimentares do mundo todo passaram, especialmente a partir da Revolução Verde, que trouxe o aumento da produtividade por meio da monocultura e utilização de agrotóxicos em grande escala; e do surgimento e abundância de produção e consumo de ultraprocessados, que causam o adoecimento de pessoas no mundo inteiro, nos levam a um retorno aos saberes tradicionais para reaprender e promover uma alimentação mais sustentável.

Diante da necessidade de encontrar novos caminhos a partir da sabedoria ancestral, o segundo episódio principal do podcast Comida que Sustenta mergulha nos sistemas alimentares tradicionais brasileiros

Aperta o play!

episódio #02

CONVIDADAS & CONVIDADOS

O Encontro Sustentarea do mês contou com a participação especial:

WhatsApp Image 2023-03-30 at 12.39.03

Jennifer Tanaka

Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais pela UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Nutricionista pela USP; Mentora do Sustentarea

Jenny Indica:

Capítulo “Movimentos sociais e sistemas alimentares mais justos e sustentáveis” de Jennifer Tanaka e Inara Nascimento, presente no livro “Sistemas alimentares e alimentação sustentável” das orgs. Aline Carvalho e Dirce Marchioni, Ed. Manole (link para editora)

Marcha das margaridas (Instagram) e Marcha das mulheres indígenas (site)

• 4º feira nacional da reforma agrária entre os dias 10 e 14 de maio no Parque da Água Branca em São Paulo/SP (notícia)

WhatsApp Image 2023-03-30 at 12.38.48

Cristina Potiguara

Formada em Hotelaria pela Universidade Federal da Paraíba; Mestra em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e membra da Organização da Juventude Indígena Potiguara da Paraíba e da Articulação das Mulheres Indígenas na Paraíba

Cristina Indica:

• Dissertação de mestrado em Antropologia social de Philippe Hanna de Almeida de Oliveira. Comida forte e comida fraca: alimentação e fabricação dos corpos entre os Kaingáng da terra indígena Xapecó (Santa Catarina, Brasil) 2009 (link para o documento)

 

Apresentação

Mariana Hase Ueta
Socióloga, doutora em Ciências Sociais (UNICAMP). Pesquisadora da Wageningen University & Research na Holanda.

Apresentação

Pâmela di Christine
Graduada em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP e Mestranda em Políticas Públicas na UNILA.

E aí, bora cozinhar?

nhoque de mandioca

ingredientes

Modo de preparo

ícones dos projetos (3)

nhoque de mandioca

ingredientes

Modo de preparo

Nutricionista, Mestre em Saúde Pública pela FSP/USP e Colíder do grupo Vivências Biodiversas | Sustentarea.

Indicações

Mari Indica: “Cartinha da rainha”, uma publicação mensal do Sustentarea desenvolvida pelo grupo Alimentação Brasileira Mandioca | cartinhadarainha.substack.com/p/coming-soon

Pam Indica: Segundo episódio da primeira temporada sobre a mandioca | (link do episódio no spotify)

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Mariana Hase Ueta e Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e
Pâmela di Christine

Curadoria de receitas

Danielle Freitas 

Edição

Mariana Ting

Locução de vinhetas

Daniela Vianna

Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

1

Como chegamos até os Sistemas Alimentares atuais?

Nem sempre produzimos comida como nos dias de hoje. A partir dos anos 1960, com a Revolução Verde, a produção de alimentos e o próprio ato de comer sofreram inúmeras transformações em nível mundial.

Mas por que a Revolução Verde causou tantas mudanças? E quais são as implicações delas para a sustentabilidade dos sistemas alimentares?

Foram estas perguntas que respondemos nesta parceria! Confira como chegamos nos sistemas alimentares atuais e o motivo de eles serem insustentáveis.

O modelo de produção de alimentos predominante foi construído sob forte influência da teoria proposta por Thomas Malthus, que defendia que a população mundial cresceria mais rápido do que a produção de alimentos, ou seja, em determinado momento faltaria comida suprir as necessidades de todas e todos

Impulsionado pela teoria malthusiana, o setor agrícola teve forte avanço com a Revolução Verde, que ocorreu a partir dos anos 1960. Ela se caracterizou pela produção massiva de alimentos devido ao emprego de tecnologia avançada e pelo uso de sementes modificadas e agrotóxicos

Assim, surgiu a agricultura convencional, que é caracterizada pela concentração de terras, produção de commodities, elevado uso de recursos naturais e emprego de transgênicos e agrotóxicos. Somada à pecuária, esse modelo produtivo causa elevado impacto ambiental, decorrente tanto da produção de alimentos quanto do desmatamento

Esse modelo de produção se reflete da mesma forma no processamento de alimentos, que é caracterizado pela retirada de nutrientes e refinamento dos grãos e da cana-de-açúcar. Isso não é tudo, já que os alimentos ultraprocessados, em que são adicionados sal, açúcar, gorduras e aditivos, estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas

Desde a produção até a distribuição, o sistema alimentar se caracteriza também pelo elevado desperdício de recursos naturais e dos próprios alimentos produzidos, que percorrem grandes distâncias e chegam com preços mais elevados ao consumidor. Outro ponto de destaque é a valorização das grandes redes varejistas em detrimento dos pequenos produtores
O consumo de alimentos costuma ser igualmente insustentável e não saudável.

A elevada ingestão de carnes e de ultraprocessados, como fast food, bolachas, salgadinhos, doces e refrigerantes, bem como o baixo consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais, afetam a saúde humana, além de desvalorizarem a cultura e o potencial da biodiversidade.

A insustentabilidade do sistema alimentar se reflete também no desperdício de alimentos em nível doméstico e na insegurança alimentar. Segundo pesquisa da Embrapa, a média de desperdício por família foi de 128,8 kg de comida por ano. Por outro lado, dados do II VIGISAN mostraram que, em 2022, 33,1 milhões de brasileiros estavam enfrentando a fome

Isso é um paradoxo, já que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Apesar disso, é importante levarmos em consideração que a produção de commodities, como a soja, tem aumentado, enquanto a participação da agricultura familiar tem diminuído. Com isso, se produz mais para outros fins que não a alimentação humana.

Mas essa não é a única explicação para o aumento da fome. Outros fatores relacionados à insustentabilidade do sistema alimentar afetam o acesso aos alimentos. E isso nos remete ao primeiro ponto levantado neste post: o problema da fome é, de fato, decorrente apenas do crescimento populacional?

O modelo de produção de alimentos atual se justifica, já que ele sequer consegue garantir a segurança alimentar e nutricional?

 

Post por Gabi Manzini (@gabi_pman) e Alisson Machado (@alissondmach).

 

 

Referências:
Martinelli SS, Cavalli SB. Alimentação saudável e sustentável: uma revisão narrativa sobre desafios e perspectivas. Ciênc Saúde Coletiva. 2019;24(11):4251-61.

Machado AD, Estevez D. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e sistemas alimentares. In: Marchioni DML, Carvalho AM. Sistemas alimentares e alimentação sustentável. Santana de Parnaíba: Manole; 2022. p. 44-54.


Porpino G, Lourenço CE, Araújo CM, Bastos A. Intercâmbio Brasil – União Europeia sobre desperdício de alimentos: relatório final. Brasília: Embrapa; 2018.
Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. São Paulo: Rede PENSSAN; 2022.

Chamma A, Barretto A, Guidotti V, Palmieri R. Produção de alimentos no Brasil: geografia, cronologia e evolução. Piracicaba: Imaflora; 2021.

Relatório IPCC (Apresentação (169))

Relatório Síntese do IPCC em 9 pontos

Divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em 20 de março, o Relatório Síntese sobre Mudança Climática 2023 reúne estudos de mais de 700 cientistas sobre os impactos gerados pelas mudanças do clima.

O documento destaca que a temperatura média do planeta está 1,1°C acima dos níveis pré-industriais, e também pontua que, sem medidas drásticas tomadas em curto prazo, a meta de que o aumento de temperatura média do planeta não ultrapasse 1,5°C, estabelecida no Acordo de Paris, não poderá ser cumprida.

Veja 9 pontos importantes para entender o relatório e o que precisamos fazer!

 

Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

Referência:
IPCC [internet]. Synthesis Report of the IPCC Sixth Assessment Report (AR6) – Symmary for Policymakers. c2023 [acesso em 29 mar 2023]. Disponível em: https://report.ipcc.ch/ar6syr/pdf/IPCC_AR6_SYR_SPM.pdf

Sustentarea Explica 02 Podcast- Final

Sustentarea Explica | (C)omunicação Científica

sustentarea explica

(C)omunicação Científica

Apesar da presença frequente em nosso cotidiano, muitos não conseguem definir, com clareza, o que é e como funciona a comunicação científica. Por isso, no segundo episódio do Sustentarea Explica, iremos abordar as diversas faces desse tema, que é essencial para o desenvolvimento da nossa sociedade.

Aperta o play!

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Referências

1. Comunicação Científica: reflexões sobre o conceito
| periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/23109/14530 

2. Comunicação Científica: uma revisão de seus elementos básicos
|
www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/11/pdf_33e67453a4_ 0013710.pdf 

3. Divulgação e comunicação científica: para além e avante
|
www.blogs.unicamp.br/blog/divulgacao-e-comuniacao-cientifica-para-alem-e-avante/ 

4. Comunicação Científica Além da Ciência
revistas.ufpr.br/acaomidiatica/article/view/36899/22924 

5. Public communication by research institutes compared across countries and sciences: Building capacity for engagement or competing for visibility?
|
journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0235191

Materiais Sustentarea

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Carne e câncer colorretal (Apresentação (169))

Consumo de carne e sua relação com o câncer de colorretal

O Março Azul-Marinho é uma campanha de conscientização e prevenção do câncer colorretal, o terceiro tipo de neoplasia mais comum no Brasil.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, a estimativa é de 44 mil novos casos no país, com expectativa de chegar a 80 mil casos/ano em apenas cinco anos.

A alimentação é um importante fator para o desenvolvimento do câncer colorretal. Aliás, você sabia que a carne vermelha e processada aumentam o risco para a doença? Veja abaixo o que diz estudos de revisão sistemática têm mostrado nos últimos anos

Mas o que é uma revisão sistemática?

Como o próprio nome indica, se trata de um estudo no qual os autores revisam os artigos publicados sobre um determinado tema de maneira imparcial e a partir de critérios bem definidos, tornando este o tipo de pesquisa com o maior nível de evidência científica existente.

E antes de prosseguir, também vale lembrar que as carnes vermelhas se referem a qualquer corte de boi, porco, cordeiro, carneiro ou cabrito.

Já as processadas são aquelas formuladas pela indústria a partir da mistura de diversos tipos de carne com substâncias alimentares e aditivos, como salsicha, linguiça, salame, mortadela e presunto, por exemplo.

Agora sim! Vamos ver os resultados de algumas dessas revisões?

ESTUDO 1 – Schwingshackl et al. (2018)

Os autores mostraram um aumento no risco para o desenvolvimento de câncer colorretal de 12% para o consumo de cada 100 g/dia de carne vermelha, e um risco 17% maior para cada 50 g/dia de carnes processadas

ESTUDO 2 – Farvid et al. (2021)

Em um estudo semelhante, os autores identificaram um aumento no risco para a doença de 14% para o consumo de cada 100 g/dia de carne vermelha, e de 16% para cada 50 g/dia de carne processada

Isso significa que uma pessoa que comia 200 g/dia de carne (~2 bifes médios) em relação a alguém que comia 100 g teve um risco 14% maior de desenvolver este tipo de câncer

O mesmo vale para a carne processada. Quem comia 150 g/dia desse alimento (3 gomos de linguiça, por exemplo) teve um risco 56% maior de desenvolver câncer colorretal quando comparado a quem não comia

ESTUDO 3 – Parra-Soto et al. (2022)

Já nesta revisão, os autores investigaram diferentes tipos de dieta (onívora, apenas com carne branca, pescetariana e vegetariana/vegana) e sua associação com o desenvolvimento de câncer colorretal.

Em relação aos onívoros, ou seja, quem comia todos os tipos de carne, incluindo a vermelha e processada, os pescetarianos, que comiam apenas peixe, tiveram um risco 24% menor de ter a doença.

Esses estudos indicam que limitar o consumo de carne é uma medida importante para a redução do risco de câncer colorretal

De acordo com o Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer (WCRF), a ingestão máxima de carne vermelha e processada deve ser de 500 g/semana (~71 g/dia), devendo esta última ser consumida na menor quantidade possível

 

Você come carne? Se sim, quanto?

Comente aqui!!

———–

Post por Alisson Machado (@alissondmach).

 
Sustentarea ECO Podcast- Final

Sustentarea Eco | Alimentação e mudanças climáticas

sustentarea eco

Alimentação e mudanças climáticas

Um dos principais desafios da atualidade, que afeta a saúde humana e planetária, são as pandemias de obesidade, desnutrição e mudanças climáticas, que se constituem em uma Sindemia Global. No primeiro episódio da série especial Sustentarea Eco nos debruçamos sobre esse conceito recente, que vem aumentando em prevalência e gravidade nas últimas décadas.

Aperta o play!

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Material Sustentarea 'ecoado' no episódio

“Sindemia Global: a interação que desafia a saúde planetária”, publicada pela Revista Sustentarea volume 05, nº 03, em julho de 2021, cujas autoras são a Deborah Rocha Fadul e Ana Maria Bertolini | https://forms.gle/ZwdpbD7e56jpNkie6

Acesse outras edições da Revista Sustentarea | www.fsp.usp.br/sustentarea/revista-sustentarea/   

Episódio também em vídeo, assista!

Apresentação

Ana Lucia Romito
Graduanda em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Outros materiais

Associação Brasileira de Nutrição. Década da Nutrição: FAO e OMS detalham ações, 2017. | www.asbran.org.br/noticias/decada-danutricao-fao-e-oms-detalham-acoes 

Centro de Estudos Estratégicos da Fundação Oswaldo Cruz. ‘Covid-19 não é pandemia, mas sindemia’: o que essa perspectiva científica muda no tratamento. Rio de Janeiro; 2020 | cee.fiocruz.br/?q=node/1264 

Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). Sustainable food systems: concept and framework. Rome: FAO; 2018.

Martinelli SS, Cavalli SB. Alimentação saudável e sustentável: uma revisão narrativa sobre desafios e perspectivas. Ciência Saúde Coletiva. 2019;24(11)4251-61.

Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Insegurança alimentar e Covid-19 no Brasil. 2021.

Swinburn BA, Kraak VI, Allender S, Atkins VJ, Baker PI, Bogard JR, et al. The global syndemic of obesity, undernutrition, and climate change: The Lancet Commission report. Lancet. 2019; 393(10173):791-846.

 

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Ana Lucia Romito

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Ana Lucia Romito, Nadine Marques e Alisson Machado

Edição

Mariana Ting

Locução de vinhetas e trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Sistemas alimentares dos povos de matriz africana (Apresentação (169))

Sistemas Alimentares dos Povos de Matriz Africana

Você já parou para refletir como essa comunidade pensa e aborda questões relacionadas à alimentação e à agricultura? Veja abaixo!

Nos posts da semana passada falamos sobre os sistemas alimentares dos povos originários e tradicionais, que além de oferecerem alternativas mais sustentáveis ao modelo produtivo predominante, também contribuíram para a formação dos hábitos alimentares da população brasileira.

Antes de prosseguirmos, quem são os povos tradicionais de matriz africana?

Comunidades que se organizaram a partir de valores civilizatórios e culturais dos povos africanos, que foram trazidos ao Brasil de maneira forçada durante um sistema escravagista que perdurou quase 400 anos. Esses grupos possuem territórios próprios caracterizados pela solidariedade e prestação de serviços à sua comunidade.

É importante considerar que há uma grande diversidade de povos africanos que foram trazidos ao Brasil, não sendo possível fazer referência a apenas um deles. Apesar disso, eles podem ser agrupados em três troncos principais:

BANTUS – JEJES – IORUBÁS

Mesmo com suas diferenças, esses povos e comunidades têm como princípios fundamentais o respeito à terra e à ancestralidade.

Além disso, parte dos elementos que compõem os sistemas alimentares dos povos de matriz africana se deu por conexões construídas junto aos povos originários.

Eles utilizavam os saberes ancestrais do conhecimento da terra para utilizar as folhas e frutos disponíveis no território, até que as plantas que consumiam no continente africano chegassem ao Brasil.

Os sistemas alimentares dos povos de origem africana englobam conexões simbólicas, culturais e sagradas no manejo produtivo do agroecossistema, nas interações sociais e de alimentação, e nas relações com os territórios.

Como é no território que eles baseiam suas práticas de alimentação, não há como pensar em seus sistemas alimentares sem considerar o direito à terra como um de seus alicerces

Veja um exemplo desse equilíbrio e respeito ao ambiente em que a comunidade habita:

A pesquisa Presença do Axé mostrou que a maioria dos terreiros do RJ desenvolviam atividades comunitárias, envolvendo ações de assistência social e combate à fome, auxiliando na garantia da segurança alimentar e nutricional.

Além disso, nas comunidades de terreiro, o alimento é algo que vai além da função de nutrir e saciar. É também a força vital que liga esses grupos com os seus ancestrais e com o universo.

Os sistemas alimentares dos povos de origem africana fazem oposição ao modelo hegemônico atual, baseado na monocultura, uso de agrotóxicos, destruição da biodiversidade e alta oferta de alimentos ultraprocessados.

Esse contexto coloca esses grupos em condições desiguais de acesso à terra e à comida, impactando não apenas a soberania e segurança alimentar, mas também a própria cultura.

E nos deixam a seguinte reflexão:

Para os povos de origem africana, o ato de comer significa honrar a ancestralidade e lutar pela própria existência dentro desse cenário de país colonizado

Assim, as escolhas cotidianas do que consumimos nos permitem questionar as imposições alimentares, visando o fortalecimento dos saberes, práticas e cultura alimentar ancestral

Referências


Brasil. Plano nacional de desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana 2013-2015. Brasília: SEPPIR; 2013.


Banaggia G. FONSECA, Denise Pini Rosalem da & GIACOMINI, Sonia Maria. 2013. Presença do axé: mapeando terreiros no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Pallas. 188pp. Mana. 2014;20(2):411-4.


Egger DS, Silva VC. Caderno de experiência de pesquisas em saúde e povos tradicionais de matriz africana para a promoção de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Rio de Janeiro: Ed. dos Autores; 2022.

———–

Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf), Letícia Maximiano (@leticia.maximiano) e Gabi Manzini (@gabi_pman).

Sistemas Agrícolas Tradicionais do Brasil (Apresentação (169))

Sistemas Agrícolas Tradicionais do Brasil

No post da última segunda abordamos os sistemas alimentares dos povos originários e tradicionais. Contudo, há uma grande diversidade no que e como esses povos produzem e vivem. Alguns deles, inclusive, formam os Sistemas Agrícolas Tradicionais, ou SATs.

Você sabe o que isso significa e quais são os SATs brasileiros? Role a página e não deixe de conferir!

O modelo agrícola predominante, baseado na monocultura, criação massiva de animais e uso elevado de recursos naturais, como água e terra, é insustentável.

Porém, há diversos exemplos de sistemas que aliam a produção de alimentos com a responsabilidade socioambiental e o respeito à cultura e às tradições, como os Sistemas Agrícolas Tradicionais.

MAS, AFINAL, O QUE SÃO SISTEMAS AGRÍCOLAS TRADICIONAIS?

Os Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) são sistemas de produção em que elementos culturais, históricos, socioeconômicos e ecológicos constituem um conjunto de saberes, práticas e técnicas produtivas resilientes e sustentáveis, formando paisagens características e manejadas por povos e comunidades tradicionais.

Construídas por meio do acúmulo de experiências e trocas de saberes, essas atividades produtivas variam entre agricultura, pesca, extrativismo, beneficiamento artesanal, manejo florestal, entre outros, seguindo determinadas lógicas e visando garantir a subsistência econômica, a segurança alimentar e nutricional e a continuidade das tradições desses povos e comunidades.

Patrimônio Cultural Brasileiro

A riqueza de saberes e técnicas acumuladas, bem como a relevância dessas iniciativas para a conservação da floresta e da diversidade étnica e cultural brasileiras levaram o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a conceder o título de Patrimônio Cultural Brasileiro a dois SATs: do Rio Negro (AM) e das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira (SP)

SAT do Rio Negro

Primeiro SAT a ser declarado Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2010, está ancorado no cultivo da mandioca brava e tem como base social mais de 22 povos indígenas das famílias linguísticas Tukano Oriental, Aruak e Maku ao longo do Rio Negro.

Características
    • Conhecimento sobre manejo florestal e locais apropriados para cultivo, coleta, pesca e caça
    • Grande riqueza de saberes
    • Biodiversidade
    • Sustentabilidade nos modos de produzir
    • Autonomia das famílias
SAT das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira

Patrimônio Cultural Brasileiro desde 2018, esse SAT se baseia na roça de coivara. As comunidades produzem mandioca, milho, feijão e arroz, entre outras espécies, e sua forma tradicional de agricultura tornou-se eixo estruturante do seu modo de vida.

Características
    • Manuseio da terra com um padrão de ocupação itinerante
    • Modos de transporte e estocagem de grãos
    • Integração das refeições aos momentos de sociabilidade
    • Promoção da diversidade étnica e cultural
Sistemas Importantes Patrimônio Agrícola mundial

Além da importância nacional, algumas práticas agrícolas são responsáveis por combinar biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única

Desde 2005, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) designou 72 conjuntos de saberes em 23 países como Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM)

SAT da Serra do Espinhaço

No Brasil, o único sistema reconhecido como SIPAM é o SAT da Serra do Espinhaço, no norte de Minas Gerais

Nesse SAT, os apanhadores das flores sempre-viva desempenham um papel fundamental na conservação da vegetação nativa e regulação das chuvas da região, tornando o local a savana mais biodiversa do planeta.

Pensando nisso…

Se os modos predominantes de produção agrícola estão relacionados à destruição do meio ambiente, condições de trabalho exploratórias e concentração de terras e de renda, valorizar os Sistemas Agrícolas Tradicionais e outras formas não hegemônicas de se fazer agricultura é uma alternativa para promovermos um sistema alimentar mais saudável, justo e sustentável

Referências:
BNDES [internet]. Sistemas Agrícolas Tradicionais (SAT). Rio de Janeiro; c2018 [acesso em 14 mar 2023]. Disponível em: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/noticias/noticia/sat-sistemas-agricolas-tradicionais


Eidt JS, Udry S. Sistemas Agrícolas Tradicionais no Brasil. Brasília: Embrapa; 2019.


Ministério da Agricultura e Pecuária [internet]. Sistemas Agrícolas Tradicionais – SATs. Brasília; c2020 [atualizado em 15 dez 2022; acesso em 14 mar 2023]. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/sipam/sistemas-agricolas-tradicionais-sats-de-relevancia-nacional

Post por Thamillys Rodrigues (@thamillysrs)

Sustentarea Explica Podcast- Final (1)

Sustentarea Explica | (A)limentação Sustentável

sustentarea explica #01

(A)limentação Sustentável

No primeiro episódio do Sustentarea Explica, aprenda do que estamos falando quando usamos o termo ‘Alimentação Sustentável’, temática que está sempre no centro das discussões políticas e sociais - e que também é o foco do Sustentarea. Você pode ouvir essa série de episódios sempre que quiser ou precisar revisitar essas definições tão importantes!

Aperta o play!

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Referências

1. Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)
| www.fao.org/policy-support/tools-and-publications/resources-details/en/c/1329630/

2. Guia Alimentar Para a População Brasileira
| www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/publicacoes-para-promocao-a-saude/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf/view

3. Artigo da Revista USP (p. 61-76, 2021)
Dietas sustentáveis e sistemas alimentares: novos desafios da nutrição em saúde pública | www.revistas.usp.br/revusp/article/view/185411/171516

4. E-book do curso de verão sobre Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis (2021) | www.fsp.usp.br/site/wp-content/uploads/2021/03/E-book-_-Curso-de-Verao-2021.pdf

Materiais Sustentarea

Manifesto Sustentarea | www.fsp.usp.br/sustentarea/livros/manifesto/

Matéria da 4ª edição da Revista Sustentarea (v. 3 n.1, 2019). Como tornar minha alimentação sustentável? Confira dez dicas do Sustentarea para melhorar sua alimentação | www.fsp.usp.br/sustentarea/revista-n4/

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques e Aline Carvalho

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Sistemas alimentares tradicionais originários - Oficial (Apresentação (169))

Sistemas alimentares dos povos originários e tradicionais

Quando falamos em povos originários e tradicionais, o que vem à sua mente? Você já parou para pensar em como se dá o processo de produção, aquisição e consumo de alimentos nessas comunidades?

Ao falarmos em sistemas alimentares, vemos as diferentes bases econômicas, políticas, ambientais e culturais que os sustentam. Apesar de a maior parte dos sistemas alimentares atuais serem no modelo globalizado capitalista mercantil, existem alternativas de produção menos agressivas ao meio ambiente e mais sustentáveis

Um exemplo são os sistemas alimentares dos povos originários e das comunidades tradicionais. Mas, antes de nos aprofundarmos nos sistemas…

O que são povos e comunidades tradicionais?

“Grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.”

Inciso I, do artigo 3, Decreto 6.040

No Brasil, são exemplos de comunidades tradicionais os povos indígenas, quilombolas, caatingueiros, ribeirinhos, caiçaras, ciganos e povos de terreiros. Apesar de tão diversos, possuem uma característica muito importante em comum: o respeito e cuidado com seu entorno, conscientes de suas relações com o ambiente.

Com seus conhecimentos ancestrais, os povos indígenas são um exemplo valioso desse equilíbrio e respeito ao ambiente em que a comunidade habita.

No sistema alimentar indígena, a interação de homem com a natureza oferece não apenas qualidade de nutrientes à comunidade, mas também benefícios à saúde ao atingir dimensões socioculturais, mentais e espirituais.

Os povos indígenas valorizam a biodiversidade alimentar e, a partir de seu uso, garantem a sua segurança alimentar e nutricional.

Ao plantar os mais diversos tipos de alimentos, utilizando os saberes de seus ancestrais passados pela oralidade e prática, alternando diferentes tipos de caças, as tribos alcançam um nível de equilíbrio que permite a sustentabilidade da comunidade.

Mesmo dentro de suas especificidades, todos os povos buscam manter um sistema sustentável em cada atividade considerando o uso do solo, a fauna e a flora ao seu redor.

O pensamento foge da lógica de quantidade, mas foca na diversidade e qualidade, além do uso sustentável.

São esses conhecimentos que garantem a sustentabilidade do sistema alimentar:

    • Respeitar o tempo de se plantar e colher cada alimento
    • Unir diferentes tipos de alimentos para nutrir o solo e proteger contra pragas
    • Saber quais arvores frutíferas plantar apenas consumo e quais atraem animais para facilitar a caça

E nos deixam a seguinte reflexão

Um caminho mais sábio para garantir a segurança alimentar e prosperidade da população, seria voltar o olhar aos sistemas alimentares dos povos originários

A partir desses conhecimentos, é possível pensar em soluções mais sustentáveis para os sistemas locais e globais

1-12

10 mulheres que você precisa conhecer

Para finalizar a nossa série de posts em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, trouxemos 10 mulheres que você não pode deixar de acompanhar!

Precisamos dizer que não foi nada fácil escolher apenas dez dentre as várias mulheres que fazem trabalhos incríveis na área da alimentação, sistemas alimentares e sustentabilidade, mas demos o nosso melhor!

ADÉLIA RODRIGUES

Adélia é uma voz potente da periferia, sócia-fundadora do restaurante @daquebradagp e do @gastronomiaperiferica, negócio social de gastronomia localizado na zona leste de São Paulo

ADRIANA SALAY

Formada em História, ela pesquisa sobre alimentação e fome. Também é a criadora do Quebrada Alimentada, projeto de assistência alimentar na Vila Medeiros, zona norte de São Paulo

BRUNA CRIOULA

Nutricionista e pesquisadora, Bruna trabalha com plantas alimentícias não colonizadas e também investiga a ancestralidade da comida. É fundadora da @crioulacuradoria

LARISSA BOMBARDI

Ela é professora do Departamento de Geografia da USP e possui uma luta marcante contra o uso excessivo de agrotóxicos, tendo esse tema como a sua principal linha de pesquisa

LEILE TEIXEIRA

Formada em Serviço Social, Leile pesquisa sobre a fome e maneiras de enfrentá-la. Ela é professora da UFRJ e militante do Movimento dos Pequenos Agricultores

MICHELLE JACOB

Michelle é nutricionista, professora da UFRN e pesquisa sobre etnonutrição, biodiversidade alimentar e sistemas alimentares. Além disso, é coordenadora do @labnutrir

NEIDE RIGO

Nutricionista, Neide trabalha sobretudo com plantas alimentícias não convencionais e suas aplicações em diversos tipos de receitas

PATTY DURÃES

Patty pesquisa sobre culturas alimentares e divulga diversos conteúdos sobre comida e suas dimensões – comida além da boca, em suas próprias palavras. Ela também é escritora e palestrante

REGINA TCHELLY

Ela é a criadora da Favela Orgânica, iniciativa de combate ao desperdício de alimentos baseada em duas comunidades do Rio de Janeiro. Regina também é palestrante e ativista contra a fome

SÔNIA GUAJAJARA

Sônia é uma reconhecida líder indígena e ambiental. Atualmente, é Ministra dos Povos Originários, sendo a primeira indígena a ocupar um ministério do governo

O comemorativo se encerra aqui, mas a luta pela igualdade de gênero não pode acabar, hein?

E você, já conhecia o trabalho de alguma delas? Quem você acha que são as mulheres que toda pessoa deveria conhecer? Deixe nos comentários!

Livros - Dia da Mulher (Apresentação (169))

13 livros escritos ou organizados por mulheres sobre alimentação e sistemas alimentares

Continuando a nossa série de posts em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, trouxemos 13 livros sobre alimentação e sistemas alimentares que foram escritos ou organizados exclusivamente por mulheres!

Veja quais são! Há obras com diferentes abordagens, feitas por mulheres igualmente diversas.

A política sexual da carne: uma teoria crítica feminista-vegetariana

Carol J. Adams

Editora Alaúde

Agricultura na cidade: o cultivo de alimentos e do comum pelas mulheres

Laura Carvalho e Márcia Tait

Ícone Editora

Alimentação escolar como estratégia para o desenvolvimento sustentável

Flavia Schwartzman e Rosana Maria Nogueira

Memnon Edições Científicas

Ambiente alimentar: saúde e nutrição

Larissa Loures Mendes, Milene Cristina Pessoa e Bruna Vieira de Lima Costa

Editora Rubio

Da fome à fome: diálogos com Josué de Castro

Tereza Campello e Ana Paula Bortoletto

Editora Elefante

Do que se come: uma história do abastecimento e da alimentação em Belém – 1850-1900

Sidiana da Consolação Ferreira de Macêdo

Alameda Editorial

Guia de Segurança Alimentar e nutricional

Ana Maria Cervato-Mancuso, Elaine Gomes Fiore e Solange C. da Silva Redolfi

Editora Manole

Introdução à etnonutrição

Michelle Jacob

Insecta Editora

e-book gratuito

Nutrição e saúde pública: produção e consumo de alimentos

Flavia Mori Sarti e Elizabeth Ap. F. da Silva Torres

Editora Manole

Sistemas alimentares e alimentação sustentável

Dirce Maria Lobo Marchioni e Aline Martins de Carvalho

Editora Manole

Soberania alimentar: biodiversidade, cultura e relações de gênero

Dalva Maria da Mota, Emma Siliprandi e Maria Emília Lisboa Pacheco

Embrapa

e-book gratuito

Um pé na cozinha: um olhar sócio-histórico para o trabalho de cozinheiras negras no Brasil

Taís de Sant’Anna Machado

Editora Fósforo

Uma verdade indigesta: como a indústria manipula a ciência do que comemos

Marion Nestle

Editora Elefante

1-10

Você sabia que as mulheres estão sob maior risco de Insegurança Alimentar

Hoje é celebrado o Dia Internacional da Mulher e, certamente, é um momento de refletirmos sobre igualdade de gênero.

Uma questão relevante quando falamos sobre isso é o acesso pleno aos alimentos, já que as mulheres estão sob maior risco de insegurança alimentar em todo o mundo, incluindo o Brasil.

Veja os dados que mostram essa realidade.

A insegurança alimentar tem aumentado em todo o mundo devido a uma série de motivos, sobretudo nos países em desenvolvimento.

A distribuição desse fenômeno pode ser bastante desigual mesmo dentro desses países, e um dos fatores associados a essa diferença é o gênero.

De acordo com o relatório SOFI de 2022, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, 31,9% das mulheres estavam em insegurança alimentar moderada ou grave (fome) em todo o mundo em 2021

Para os homens, esse valor foi de 27,6%, ou seja, 4,3 pontos percentuais a menos em relação às mulheres

Se essa diferença não parecer tão grande, vale lembrar que 1% da população mundial equivale a 80 milhões de pessoas

Também há uma desigualdade regional importante. Na América Latina e Caribe, a diferença entre homens e mulheres na prevalência de insegurança alimentar moderada e grave foi de 11,3 pontos percentuais, a maior em todo o mundo

No Brasil, isso não é diferente. Segundo os dados do II VIGISAN, 25,1% dos lares em que a pessoa de referência era um homem enfrentaram a insegurança alimentar moderada ou grave em 2022.

Quando a pessoa de referência era uma mulher, esse percentual foi de 36,7%, o que indica uma diferença de 11,6 pontos percentuais

Esse valor é muito semelhante ao da América Latina e Caribe, e bem superior à diferença mundial, mostrando a grande desigualdade que existe no nosso país quando falamos de segurança alimentar e gênero

1-9

O que é ecofeminismo

Você já ouviu falar em ecofeminismo? Sabe qual é a sua importância?

O termo ecofeminismo surgiu na Europa, na década de 1970, quando foi citado por Françoise d’Eaubonne em seu livro, Le féminisme ou la mort (O feminismo ou a morte, em tradução literal)

De forma geral, o ecofeminismo se trata da igualdade no papel de 
homens e mulheres na preservação do meio ambiente.

Para além disso, o ecofeminismo também se propõe a lutar contra a desigualdade de gênero em questões relacionadas às mudanças do clima, ao acesso à terra e às repercussões dos modelos produtivos atuais.

De acordo com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), as mulheres representam 80% das pessoas que precisaram migrar devido às mudanças do clima em 2016.

Isso se deve a uma série de fatores, como menor renda e acesso a recursos financeiros, acesso limitado à terra e menor participação em processos de decisão

No Brasil, o acesso à terra também é uma questão bastante relevante. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2017, apenas 18,7% de todos os estabelecimentos agrícolas eram dirigidos por mulheres

No Centro-Oeste, onde há maior presença de latifúndios, esse percentual foi de somente 6,0%.

Ainda segundo o Censo, o acesso às informações técnicas para as mulheres produtoras também foi menor em relação aos homens, de 9,6% contra 14,3%

Outros pontos de debate usualmente levantados por trabalhadoras do campo são as jornadas de trabalho exaustivas, situações precárias de trabalho e a baixa remuneração

Este post foi baseado nos textos publicados no volume 5, número 2, da Revista Sustentarea, que foram escritos por Shairra Albuquerque (@filledaphrodite), Mônica Rocha (@monicarochag), Vanessa Cançado (@vanessaccs) e Nadine Marques Nunes-Galbes (@nadinemnunes).