A mandioca possui nomes diferentes dependendo da região do país, e sua cultura alimentar é repleta de nomes não tão conhecidos por todas e todos
Pensando nisso, preparamos um miniglossário com expressões relacionadas à sua cultura. Mas, antes de seguir, veja três formas de apresentação dessa raiz!
A cultura alimentar da mandioca reflete a diversidade cultural e linguística do Brasil. Uma raiz plural, que possibilita uma variedade de beneficiamentos, não poderia deixar de ter vocábulos igualmente ricos! Confira abaixo o miniglossário que compôs a Cartinha da Rainha de abril!
Quer saber mais sobre a cultura alimentar dessa raiz tão versátil?
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No terceiro episódio principal do podcast Comida que Sustenta, convidamos Marina Norde, nutricionista e pesquisadora na UNICAMP, para analisar o cenário dessas regiões a partir da sua perspectiva como líder da pesquisa de atualização do Índice Multidimensional para Sistemas Alimentares Sustentáveis.
O programa também conta com a participação especial de Lara Zamparo Franco, consultora do WWF-Brasil, além de Raquel Tupinambá, Kassika de Surucuá, que também atua no WWF-Brasil, como analista de conservação. Atualmente, o WWF-Brasil está promovendo, em parceria com universidades Brasil afora, uma série de eventos para discutir os sistemas alimentares de cada região.
• Links da publicação do Sustentarea sobre o MISFS-R | site
Lara Franco
Mestranda em conservação da biodiversidade e desen-volvimento sustentável pelo IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas). Consultora e educadora socioambiental
O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea, núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Coordenação
Nadine Marques
Apresentação
Nadine Marques e Pâmela di Christine
Apoio à pauta, roteiro e pesquisa
Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e Pâmela di Christine
É muito comum pensarmos na culinária brasileira como uma mistura das influências portuguesa, africana e indígena, mas ela é muito mais do que a soma delas, sendo difícil defini-la em uma ou poucas palavras
O constante processo de construção da nossa culinária faz dela um mosaico de práticas alimentares ricas e diversas
Convencionalmente, a culinária brasileira foi dividida de acordo com os estados e regiões, sendo nomeada como “culinária nordestina”, “culinária paulista”, “culinária mineira”, entre outras
No entanto, diante da diversidade que o Brasil possui no seu território, o sociólogo Carlos Alberto Dória propôs o conceito das manchas culinárias
Manchas culinárias são partes de um território que constituem regiões para o estudo da alimentação, uma vez que expressam marcas culturais (práticas alimentares) e ambientais (ingredientes de origem animal, vegetal ou fungos) que definem cada culinária.
Assim, as regiões Sul e Sudeste correspondem às manchas meridional, caipira e costa. Que tal conhecer mais sobre elas?
Mancha Meridional
Caracterizada pela miscigenação com povos europeus e com forte uso de suas técnicas culinárias. O pinhão e a erva-mate, aqui chamada de chimarrão, são ingredientes-chave nessa mancha. É uma zona que está mais relacionada à Mata Atlântica e aos Pampas, um bioma exclusivo do Rio Grande do Sul.
Mancha Caipira
É caracterizada pelo uso de milho, porco, frango e boa variedade de legumes. O pequi é um dos ingredientes-chave nessa mancha, que também está relacionada ao Cerrado
Mancha da Costa
Caracterizada pelo uso de peixes, frutos do mar e leite de coco. É uma zona que se relaciona com a Mata Atlântica.
As manchas culinárias expressam aspectos culturais e ambientais de cada região, por isso nem sempre convergem dentro de um mesmo estado, como acontece com as culinárias do interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que estão sob o domínio da mancha caipira
A identidade da culinária brasileira surge da combinação de várias tradições culinárias que estão em constante mudança
Compreender como é a cultura alimentar de cada região permite o seu fortalecimento, assim como a pensarmos em práticas alimentares mais saudáveis e sustentáveis considerando cada realidade
Nos inspiramos com a indicação do @institutohhfauser e, neste post, trouxemos mais 3 livros infantis sobre alimentação e sustentabilidade. As obras são parte do projeto Poliniza Buzz, do @comidadoamanha.
Os livros estão disponíveis para download gratuito no site da organização e, além da versão digital, também é possível escutar as histórias!
Mariana, a protagonista do livro, mostra como sua família tem preservado sementes ancestrais ao longo das gerações. O texto é baseado em duas histórias – a de Mariana Zogbi Jardim e a de Nicolau Xakriabá, enviada pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas
Ivan e Zuzá na floresta da esperança
Michelle Cabral
Ilustrado por Cristina Guerrero
A história gira em torno de Ivan e Zuzá. O primeiro é um menino que gosta muito de milho. A segunda, uma abelha que vê a sua família ser reduzida devido ao uso de agrotóxicos. O livro é baseado nos textos da Associação Escola Família Agrícola Jaguaribana, de Ivan José Canci e de Reginaldo da Silva
O vaso da Zefa
Thaís Velloso
Ilustrado por Vinícius Lima
Zefa morava com sua família em um vaso, até que uma ventania o levou. Longe da natureza, a menina aprendeu que ela mesma poderia semear os alimentos por onde passasse. O texto é baseado nas histórias reais de Josefa Ataides e Maurício Bichara, da Comunidade que Sustenta a Agricultura de Brasília
Os movimentos sociais, responsáveis pela mobilização de ações coletivas que buscam influenciar a opinião pública e pressionar as instituições na tomada de decisões em busca de transformações sociais, estão presentes em toda a construção da democracia de um país, e não é diferente no Brasil.
Com os novos modelos de produção de alimentos, nasceram novos movimentos na luta por políticas públicas voltadas para a segurança e soberania alimentar, que visam promover e prover os direitos humanos à saúde e à alimentação adequada em um cenário em que a lógica dos sistemas alimentares é alvo de críticas e desconfiança. É nesse contexto que o quarto episódio do Sustentarea Explica discute sobre os movimentos sociais e seus conceitos na sociedade contemporânea, em que comer é um ato político.
1. Artigo “Movimentos sociais no Brasil contemporâneo” de Ise Scherer-Warren | (link)
2. Livro “Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos” de Maria da Glória Marcondes Gohn. São Paulo: Loyola, 1997.
3. Artigo “Contribuições dos Movimentos Sociais para a Desprivatização da Ética na perspectiva da Psicologia Política” de Alessandro Soares da Silva | (link)
4. Capítulo “Movimentos sociais e sistemas alimentares mais justos e sustentáveis” de Jennifer Tanaka e Inara Nascimento, presente no livro “Sistemas alimentares e alimentação sustentável” das orgs. Aline Carvalho e Dirce Marchioni, Ed. Manole | (link da editora)
5. Artigo “Desafios para o sistema alimentar global” de Ricardo Abramovay. Ciência e Cultura. vol.73 no.1 São Paulo, 2021 | (link)
6. Capítulo “Saúde Amanhã: Textos para discussão 84: O Sistema Agroalimentar global e brasileiro face à nova fronteira tecnológica e às novas dinâmicas geopolíticas e de demanda de John Wilkinson. Fiocruz, 2022 | (link)
7. Artigo “O caminho da terra: revisitando a história do MST no Pontal do Paranapanema – SP – desde uma ótica psicopolítica” de Alessandro Soares da Silva | (link)
O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea, núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Coordenação
Nadine Marques
Apresentação
Pâmela di Christine
Apoio à pauta, roteiro e pesquisa
Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e Pamela di Christine
No Brasil, o desmatamento e a agropecuária são os setores que mais contribuem para a emissão de gases de efeito estufa. Em 2021, eles corresponderam a 49% e 25% de todas as emissões, respectivamente.
Uma maneira de avaliar essas emissões é por meio do equivalente de dióxido de carbono, uma medida que quantifica todos os gases de efeito estufa em CO2
Neste post, focaremos nas emissões de gases de efeito estufa das Regiões Sul e Sudeste, que formam um grupo com características semelhantes em relação ao sistema alimentar, conforme identificado no MISFS-R
Veja, a seguir, a quantidade emitida de CO2 pela agropecuária e desmatamento para cada um dos estados dessas regiões
Um análise detalhada é importante quando falamos em gases de efeito estufa pois, em geral, há regiões que concentram essas emissões, ou seja, elas não são uniformes em um mesmo território
Veja, a seguir, os 10 municípios das Regiões Sul e Sudeste que mais emitiram gases de efeito estufa pela agropecuária e desmatamento em 2019, ano com os dados mais recentes
É possível notar que os municípios do extremo sul do Rio Grande do Sul, onde predomina a criação de gado e o cultivo de arroz, estão entre os que mais emitiram gases de efeito estufa pela agropecuária
Além disso, na parte oeste de Minas Gerais, estão três dos dez municípios que mais emitiram CO2 em 2019 nessas duas regiões, sobretudo em função da criação de gado para produção de carne e leite
No extremo sul do Rio Grande do Sul, centro-sul do Paraná e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, estão os municípios que mais emitiram CO2 devido ao desmatamento
Um ponto em comum entre esses municípios é que eles são geograficamente próximos, o que nos ajuda a entender as dinâmicas relacionadas à degradação ambiental e à produção de alimentos em nível local
E nos conte: já parou para pensar qual é o impacto ambiental do sistema alimentar da região em que você vive?
Ultimamente, conseguir tempo para realizar todas as tarefas tem sido cada vez mais raro, não é mesmo?
Mas é possível pensarmos em maneiras de facilitar cada uma de nossas atividades e, no momento de cozinhar, isso não é diferente!
Neste post, apresentamos 5 dicas para otimizar a rotina por meio do congelamento de alimentos! Passe para o lado e confira como adotar essa prática!
1
Aproveite um dia da semana para cozinhar alimentos que demoram mais para serem preparados. No caso do feijão, é importante fazer uma seleção dos grãos e respeitar o tempo de remolho
2
Após cozido, separe o alimento em porções na quantidade que costuma consumir diariamente, ou a cada 3 dias, por exemplo. Isso vai variar segundo o ritmo de consumo de sua residência
3
Congele o alimento e, quanto mais rápido, melhor! Isso garante que os cristais de gelo no alimento sejam pequenos, o que facilita o descongelamento
4
Para ter maior controle dos alimentos congelados, coloque uma etiqueta com a data do congelamento e o nome do alimento
5
O descongelamento não pode ocorrer em temperatura ambiente. Prefira sempre descongelar dentro da geladeira ou sob calor
Veja como fazer o congelamento corretamente:
IMPORTANTE:
Se os alimentos forem descongelados em temperatura ambiente, pode ocorrer o crescimento de algumas bactérias que causam infecções intestinais
Apenas alimentos crus podem ser descongelados e congelados novamente
Não é recomendado congelar alimentos folhosos, pois eles podem estragar devido ao frio
Você pode obter mais informações sobre o tema na matéria escrita por Letícia Gonçalves (@le1ticia) e Gabi Manzini (@gabi_pman), disponível no último número da Revista Sustentarea!
Hoje, 19 de abril, é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, data que busca valorizar a riqueza e a pluralidade cultural dos povos originários e, sobretudo, marcar a luta pela garantia dos seus direitos.
E é sobre o direito à terra dos povos indígenas que falamos neste post comemorativo!
Os direitos dos povos originários sempre foram associados à terra. Nesse sentido, existiram vários progressos e retrocessos que aconteceram ao longo da história do país
Desde a colonização, as populações indígenas passam por um processo de destruição de sua cultura e luta pela sobrevivência e garantia de direitos
Evolução histórica da legislação indigenista em relação ao direito à terra
Apenas em 1988 a Constituição Federal reconheceu o direito à terra dos povos originários, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens
O direito exclusivo de usufruto, garantido na Constituição, assegura que os povos indígenas podem utilizar os recursos naturais de suas terras para atender as necessidades internas das comunidades e garantir a subsistência, desde que não seja comprometida a sustentabilidade do meio ambiente
Esse processo é de grande importância, pois garante, ou ao menos deveria, a proteção e preservação dos territórios
O processo de demarcação das terras é um ato administrativo, no qual é determinado o limite do território ocupado pelos povos originários
Apesar de avanços na defesa do direito à terra dos povos originários, a ameaça de intervenção nessas áreas ainda permanece
O Projeto de Lei 191/2020, que estava em tramitação na Câmara dos Deputados, ameaçava o usufruto garantido pela Constituição, pois visava a exploração econômica em território indígena e utilização de recursos hídricos, orgânicos e minerais dessas terras por terceiros
É necessária uma mudança de pensamento que tenha como objetivo o respeito à dignidade e a igualdade de todos os seres humanos
Observa-se que, mesmo após séculos, a garantia do direito à terra dos povos originários ainda é um desafio, ocasionado sobretudo pelo avanço da mineração ilegal e a da agropecuária
⚠️ Este é oficialmente o primeiro Dia dos Povos Indígenas após a promulgação da Lei 14.402/2022, que alterou o nome do até então conhecido Dia do Índio. Essa mudança ocorreu devido ao fato de o termo índio ser genérico e não considerar as especificidades existentes entre os diferentes povos indígenas em relação à cultura e à linguística, por exemplo.
Não há dúvidas de que a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a consciência ambiental devem começar na infância, certo?
Uma boa maneira de tocar nesses temas é por meio do incentivo à leitura, que traz diversos benefícios para além do aprendizado sobre esses tópicos.
E hoje, no Dia Nacional do Livro Infantil, trouxemos 8 obras voltadas às crianças que abordam a alimentação e a sustentabilidade. Passe para o lado e confira a nossa seleção!
A árvore generosa
Companhia das Letrinhas
Shel Silverstein
Este livro conta sobre a relação entre um menino e uma árvore. O primeiro, à medida em que cresce, fica cada vez mais exigente nos pedidos que faz a esta última, que o serve até à exaustão. A obra é uma parábola sobre amizade, mas também sobre o afastamento da natureza e o uso excessivo dos recursos naturais
Bibi come de tudo
Scipione
Alejandro Rosas
Que atire o primeiro tomate quem nunca precisou lidar com a seletividade alimentar das crianças. É sobre isso que este livro aborda por meio de Bibi, que percebe que está tudo bem não gostar de todos os alimentos, mas que experimentar é importante para saber se algo é bom ou não
O feijão fujão
Lulu Lima
Ilustrado por Guilherme Lira
Mil Caramiolas
Cansado de não ser valorizado pelas crianças, o feijão decide fugir do pé e ir morar em um pacote de salgadinho. Lá, ele descobre que tem um dom único: germinar. De forma didática, o livro destaca a valorização dos alimentos in natura, o que é primordial em um mundo no qual os ultraprocessados se fazem presentes cada vez mais cedo
O menino do dedo verde
José Olympio
Maurice Dreon
Ilustrado por Walter Lara
Tistu, protagonista do livro, é uma espécie de Rei Midas às avessas. Em vez de ouro, tudo o que ele toca reverdece, e é assim que ele transforma o mundo ao seu redor. O clássico da literatura infantil francesa trata de questões como ética e cidadania, sendo pioneiro em abordar a ecologia já na década de 1950
O planeta está com febre
Luciana Rosa
Ilustrado por Salmo Dansa
Zit Editora
A Terra, ao acordar com febre, vai ao médico e descobre que o seu problema é o aquecimento global. Para resolver essa questão, decide reunir diversas crianças que podem ajudá-la. Mais atual do que nunca, o livro mostra como o cuidado com o meio ambiente deve começar desde a infância
Quem abre o bocão?
Mil Caramiolas
Lulu Lima
Ilustrado por Kuy
Voltado para a primeira infância, o livro apresenta os legumes mais comuns do dia a dia por meio de rimas. De forma interativa, as crianças têm que adivinhar quem é a personagem que abre o bocão para elas. A obra é uma ótima forma de iniciar, de maneira lúdica, a promoção do consumo de alimentos saudáveis
Sagatrissuinorana
João Luiz Guimarães
Ilustrado por Nelson Cruz
ÔZé Editora
Apesar do nome difícil, a premissa do livro é bem mais simples: recontar a história dos três porquinhos tendo como pano de fundo dois dos maiores desastres socioambientais do país – o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais
Tulu: em busca de um lugar para viver
Donaldo Buchweitz
Ilustrado por Ina Carolina
Ciranda Cultural
Tulu é uma criança indígena que precisa se mudar devido às queimadas na região onde vive. O tema é fundamental para despertar a consciência ambiental desde a infância e entender como os povos originários são afetados pelo avanço do desmatamento
Você indica mais algum livro infantil sobre esses temas? Se sim, deixe nos comentários!
A mandioca, aipim ou macaxeira, dependendo da região em que você mora, é um alimento de origem brasileira, consumido primordialmente pelas populações indígenas como base de sua alimentação. Presente hoje em nossa mesa e em nossas memórias culturais, de afetos e encontros, a mandioca foi eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o alimento do século 21 e alimenta mais de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo. É nesse contexto que o segundo episódio da série ‘Sustentarea Eco’ explora a primeira “Cartinha da Rainha”, produção do Sustentarea que coroa a mandioca como Rainha do Brasil.
O material lançado em julho de 2022, que ganha voz na apresentação de Ana Lúcia Romito, foi produzido pelo Grupo Alimentação Brasileira – Mandioca, liderado pela Jennifer Tanaka, e composto por Alice Medeiros, Evelym Landim, Evla Vieira e Thais Arcari. Você pode ver a Cartinha e até se inscrever para recebê-la por e-mail usando o link que está na descrição do episódio. O download de todos os materiais é gratuito, e pode ser feito diretamente aqui em nosso site.
O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea, núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Coordenação
Nadine Marques
Apresentação
Ana Lucia Romito
Apoio à pauta, roteiro e pesquisa
Ana Lucia Romito, Nadine Marques e Jennifer Tanaka
Um cultivo que se destaca nessa região é o de arroz, sobretudo no Rio Grande do Sul, que é o maior produtor do país
A maior parte do arroz produzido nessa região é por meio de irrigação. Diferentemente do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina a maioria do cultivo desse grão é feita por pequenos agricultores e utiliza técnicas mais sustentáveis
Com o melhoramento genético de suínos, essa região se tornou uma grande produtora da categoria devido a exigências do consumidor por uma carne com menos gordura
Atualmente, os três estados dessa região são os que mais possuem suínos no país, liderados por Santa Catarina e seguidos pelo Rio Grande do Sul e Paraná.
Além de ser a maior produtora de carne suína do país, a região se destaca nas produções de: arroz – maçã – soja – uva – trigo
Região Sudeste
No estado de São Paulo, o setor agropecuário se destaca pela produção de frango, cana e laranja. Em Minas Gerais está a maior geração nacional de leite de vaca
O Espírito Santo é responsável por fornecer 20% do café nacional. Já o Rio de Janeiro possui uma produção razoável de mandioca.
O Sudeste produz 50% da cana-de-açúcar do Brasil e lidera as produções de: café – feijão – laranja
A elevada produção de cana-de-açúcar nessa região remete ao período colonial, já que esta cultura foi, por muito tempo, a base da economia do Brasil Colônia
Atualmente, além da produção do açúcar de mesa, grande parte da cana é utilizada para a fabricação de etanol, que é liderada pelo estado de São Paulo.
Podemos perceber que há uma relativa diversidade de alimentos produzidos nessas regiões, mas, ao mesmo tempo, há o predomínio de monoculturas, como a soja e a cana-de-açúcar, que representam sobretudo interesses comerciais
Você fazia ideia desses resultados? Quais alimentos você acha que são mais produzidos onde você mora?
O Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R) é uma ferramenta desenvolvida para avaliar a sustentabilidade dos sistemas alimentares no contexto brasileiro
A sua versão mais recente, publicada em 2022, é composta por 46 indicadores divididos nas 4 dimensões dos sistemas alimentares – ambiental, social, econômica e nutricional
Com o objetivo de encontrar similaridades entre os estados do país, as autoras do estudo conduziram uma análise de cluster, agrupando-os de acordo com aspectos semelhantes
Foram formados 4 grupos de estados com características comuns para cada dimensão. Neste post, vamos analisar os resultados das Regiões Sul e Sudeste
Em relação à dimensão ambiental, o grupo formado pelos estados dessas regiões apresentou melhor cenário para a disponibilidade de água da chuva para a produção de alimentos em comparação aos demais. Entretanto, apresentou maior uso de terra e de agrotóxicos na agricultura
A dimensão social dessas regiões teve como ponto positivo o melhor acesso físico e financeiro aos alimentos
Porém, foi identificada uma maior desigualdade de gênero e de raça/cor de pele nos cargos de gestão das propriedades rurais. Além disso, neste grupo houve o segundo maior número de notificações de intoxicação por agrotóxicos
Na dimensão econômica, os pontos positivos foram o melhor acesso a maquinários e infraestrutura, e também o maior número de agricultores que são auxiliados por cooperativas. Por outro lado, nestas regiões a cesta básica teve o seu maior preço.
Já em relação à dimensão nutricional, nas Regiões Sul e Sudeste foi verificada uma menor prevalência de desnutrição crônica e de doenças relacionadas à alimentação. Outro ponto positivo foi a maior diversidade alimentar presente nos estados deste grupo
Dentre os grupos identificados, este foi o que apresentou o cenário mais favorável, pois quatro dos sete estados que o compõem tiveram os melhores desempenhos no índice
Uma das razões que podem justificar esse resultado é que este grupo é formado pelos estados com maior industrialização e contribuição para o PIB do país.
Apesar do bom desempenho, estes estados apresentaram o maior uso de agrotóxicos e o segundo maior número de intoxicações pelo seu uso
Frente a este cenário, é importante a promoção de ações direcionadas para combater o uso indiscriminado destes produtos, ainda mais levando-se em consideração que o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo
Começou hoje, 12/04, a V Feira do Livro da Unesp. Pensando nisso, separamos 16 obras sobre alimentação, sistemas alimentares e sustentabilidade que estão no evento!
Todos os livros estão com pelo menos 50% de desconto na versão presencial e 40% na virtual. A feira vai até o próximo domingo, então não deixe a oportunidade passar!
A epopeia da comida: uma breve história da nossa alimentação
Jacques Attali
Vestígio (Autêntica)
A questão ambiental na América Latina
Leila da Costa Ferreira
Editora Unicamp
Antropoceno ou capitaloceno? Natureza, história e a crise do capitalismo
Jason W. Moore
Editora Elefante
Brasil bom de boca: temas de antropologia da alimentação
Raul Lody
Editora Senac
Cidades e soluções: como construir uma sociedade sustentável
Sistemas Alimentares… Você sabe o que são? No terceiro episódio da série Sustentarea Explica nos debruçamos sobre esse tema complexo, que envolve diversas áreas do conhecimento, organizações, infraestrutura e pessoas.
Os Sistemas Alimentares possuem diferentes modelos, que se transformam ao longo do tempo e envolvem criação e fortalecimento de políticas públicas e toda a cadeia de produção, distribuição, comercialização e consumo de alimentos.
Os modelos são definidos, muitas vezes, por interesses corporativos, como o mercado massivo de alimentos ultraprocessados, que são agravantes das crises globais de fome, obesidade e mudanças climáticas, definida como Sindemia Global, tema do primeiro episódio da série especial Sustentarea Eco, lançado no mês de março.
1. Livro: Philip McMichael. Regimes alimentares e questões agrárias. Tradução de Sonia Midori.1. Ed. São Paulo: Editora Unesp e UFRGS, 2016.
2. Livro: Marion Nestle. Unsavory Truth: How Food Companies Skew the Science of What We Eat. 1st ed. Basic Books, 2018.
3. Livro: Orgs. Paulo André Niederle e Valdemar João Wesz Junior. As novas ordens alimentares. 1 ed, Porto Alegre: UFRGS, 2018 | lume.ufrgs.br/handle/10183/213226
Outros materiais
FAO. The State of Food and Agriculture 2021: Making agrifood systems more resilient to shocks and stresses, 2021. Disponível em: Rome, FAO | www.fao.org/documents/card/en/c/cb447
O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea, núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Coordenação
Nadine Marques
Apresentação
Pâmela di Christine
Apoio à pauta, roteiro e pesquisa
Patrícia Mello, Nadine Marques e Aline Martins de Carvalho.
Várias características fazem com que o sistema alimentar predominante seja insustentável, como a concentração de terras, a produção de monoculturas, o uso excessivo de água e solo, a utilização de agrotóxicos e transgênicos, o desperdício e as longas distâncias entre quem produz e quem consome, causando um impacto ambiental elevado.
É possível tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis antes mesmo da produção de alimentos! Um exemplo é a distribuição mais justa de terras, que é bastante desigual no Brasil. O incentivo à agricultura familiar é igualmente importante, já que esta possui pontos positivos como a utilização mais sustentável do solo e a produção de uma maior diversidade de alimentos
Uma agricultura de base agroecológica, ou seja, que possui princípios como a preservação da terra, a manutenção da biodiversidade, e a ausência do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, é fundamental para a promoção de um sistema alimentar mais sustentável. Para tanto, devem ser facilitados aos produtores agroecológicos o acesso a serviços financeiros e à assistência técnica adequada
A sustentabilidade não para na produção: na indústria, podemos citar como práticas mais saudáveis e sustentáveis a manutenção de nutrientes e um processamento mínimo que garanta que os alimentos cheguem em condições adequadas aos consumidores. Por outro lado, o ultraprocessamento deve ser evitado, considerando seu impacto no meio ambiente e na saúde humana
Tornar as cadeias de consumo mais curtas também é outra prática sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto socioeconômico. Isso porque é possível reduzir a distância entre os pequenos produtores e o consumidor, tornando o impacto ambiental do transporte menor e estimulando a economia local e o comércio justo
Mudar aquilo que comemos é igualmente indispensável.
Um ponto de destaque é a redução da ingestão de carne vermelha e processada. A carne é, de longe, uma das campeãs na emissão de gases de efeito estufa, causada tanto pelo desmatamento quanto pelo próprio gado – são emitidos quase 45 kg de equivalentes de CO2 para a produção de apenas 1 kg de carne
Por outro lado, um maior consumo de frutas, legumes, verduras, grãos integrais e feijões deve ser estimulado. Além de esses alimentos fazerem parte de uma alimentação saudável, o impacto ambiental de sua produção é até 5 vezes menor em relação à carne. Apesar disso, nem 25% dos brasileiros atingem a recomendação de 5 porções de frutas e vegetais ao dia
A redução do desperdício também é fundamental, já que cerca de 30% dos alimentos produzidos são perdidos ou desperdiçados. Para se ter uma ideia, esse montante poderia alimentar aproximadamente 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. Também é importante considerarmos que, quando um alimento é desperdiçado, todos os recursos naturais utilizados em sua produção também o são.
Essas são algumas das ações que devem ser promovidas para que possamos ter sistemas alimentares mais justos, saudáveis e sustentáveis. Longe de esgotarmos o tema, entendemos que isso só é possível com a articulação entre a sociedade, governo, indústria e organizações sociais.
Apesar de complexas, essas mudanças sãoindispensáveis e não podem ser adiadas!