Cópia de Agronegócio (2)

Como o agronegócio foi formado no Brasil?

É quase impossível ser brasileiro e não ter escutado o termo agronegócio pelo menos algumas vezes na vida. Mas você já se perguntou como ele surgiu?

Se engana quem pensa que o agronegócio surgiu de forma espontânea. Muito antes de tentar ser pop em terras brasileiras, o setor foi criado nos Estados Unidos por um grupo de estudantes de Harvard.

O AGRONEGÓCIO NO BRASIL

O conceito de agronegócio (ainda agribusiness, na época) surgiu no Brasil na década de 1950. Vale citar que, em 1957, estava em processo a instalação das indústrias de base no Brasil, o que possibilitou uma internalização das unidades de fabricação de máquinas e equipamentos agrícolas.

O agronegócio se apoiou no discurso da luta contra a fome e a desnutrição no mundo, alavancada pela Revolução Verde, e surgiu na esfera pública brasileira vinculado ao âmbito alimentar. Já na década de 1970 se debatia a grande concentração de terras e a questão fundiária. Contudo, a reforma agrária foi deixada de lado visando a produtividade.

Mas nem sempre o agronegócio teve a força que tem hoje. Nas décadas de 1980 e 1990, esse setor recebia cada vez menos investimentos governamentais. Contudo, trazendo um discurso de combate à fome, a Associação Brasileira de Agribusiness – Abag – e, também os movimentos sociais, pressionaram o governo para maiores investimentos na produção agrícola.

No final dos anos 1990 e início dos anos 2000 o agronegócio ganhou força, passando a receber investimentos e ver a produção de commodities aumentar consideravelmente ao longo das décadas. Contudo, sabemos que a produção de alimentos, não apenas no Brasil, tem sido vista sobretudo do ponto de vista econômico, sem de fato considerar a segurança e a soberania alimentar da população.

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Post por Roberta Cronemberger (@roberta_cronemberger) e Alisson Machado (@alissondmach).

Explica 12 Estático - Quadrado

Sustentarea Explica | (R)evolução Verde

Sustentarea Explica

(R)evolução Verde

Você sabe o que é Revolução Verde e a sua influência no modelo agrícola atual? Neste episódio, a série ‘Sustentarea Explica’ viaja para as raízes desse marco histórico, que ocorreu entre as décadas de 1940 a 1970.

Esse novo modelo, que atraiu diversos investimentos da indústria, foi responsável por um notável aumento na produção agrícola em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento da Ásia, América Latina e África. No entanto, paradoxalmente, o número de pessoas enfrentando a fome e a desnutrição no mundo não foi reduzido de acordo com o que era esperado ou prometido. São esses aspectos positivos e contraditórios que fazem parte desse tema complexo, que o programa discute e te ajuda a entender de forma simplificada, esmiuçando as suas principais particularidades.

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Referências

1. Caderno: ‘Segurança Alimentar’ | Link

2. Artigo: Desafios para o sistema alimentar global | Link 

3. Documento: The State of Food and Agriculture | Link

4. Artigo: Cooperação científica internacional: estilos de atuação da Fundação Rockefeller e da Fundação Ford | Link

5. Livro: História das agriculturas no mundo | Link

6. Tese: A Implantação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil: seus limites e desafios | Link

Materiais Sustentarea

Post Sustentarea: Como chegamos até os Sistemas Alimentares atuais? | Link

Episódio também em vídeo, assista!

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Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

Cópia de Agosto dourado (1)

6 motivos que tornam a amamentação tão importante

Pense em um alimento que vale ouro. Não dá para imaginar outro que não o leite materno, não é mesmo?

É por isso que a cor de agosto é o dourado, já que a amamentação representa o padrão-ouro da alimentação até o sexto mês de vida!

E por que essa prática é tão importante? Veja os seis motivos destacados no Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos!

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Post por Alisson Machado (@alissondmach).

Principal 06 Corte 60 seg - Quadrado

#06 | Sistemas alimentares do Norte

episódio #06

Sistemas alimentares do Norte

O sexto episódio principal da terceira temporada do podcast Comida que Sustenta reflete sobre as características principais do sistema alimentar da região Norte, encerrando a série de programas que discutem sobre os sistemas de cada pedacinho do país, com base no estudo do Índice Multidimensional para Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado (MISFS-R).

De acordo o MISFS-R, o Norte, assim como outras regiões do Brasil, possui características marcantes e preocupantes, como a insegurança alimentar na população, que tem sofrido com o baixo acesso aos alimentos, o que leva aos altos índices de desnutrição infantil; além de uma dieta pouco diversa, apesar do país possuir uma biodiversidade enorme com tradições culinárias tão diversas que têm sido esquecidas.

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episódio 06

CONVIDADAS & CONVIDADOS

O Encontro Sustentarea do mês contou com a participação especial:

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Suany Machado da Silva

Graduada em Agronomia pela UFRA, mestre em Extensão Rural pela UFV, e doutoranda em Ciências Sociais na área de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela UFRRJ. Integrante do Centro de Referência em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (CERESAN). Temas de pesquisa em alimentação, sistemas alimentares, movimentos populares e Amazônia.

Suany Indica:

• Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) | LINK

• Site ‘De olho no ruralista’ | LINK

• Podcast ‘Panela de Impressão’ com a Profa Elaine de Azevedo | LINK

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Tatiana Deane de Abreu Sá

Agrônoma, mestra em  Ciência do Solo e Bioclimatologia, doutora em Biologia Vegetal, e pós-doutorado em Agroecologia. Atua como pesquisadora na Embrapa Amazônia Oriental, desde 1972, em linhas de pesquisa associadas a Agrometeorologia, Ecofisiologia Vegetal e Agroecologia, já tendo ocupado os cargos de chefe geral da Embrapa Amazônia Oriental e de diretora executiva da Embrapa.

Tatiana Indica:

• Trajetórias tecnológicas associadas à agricultura (Grupo do Prof. Francisco Assis Costa) – NAEA/UFPA | LINK

• NAEA/UFPA – Paper 29/2020: A importância do direito à água e ao saneamento para o combate à Covid-19 | LINK

• Alimentos tradicionais e populações ancestrais da região: volume 6 (coordenado pelo Eduardo Neves) | LINK

• Livro: Vozes vegetais: diversidade, resistência e vozes da floresta, editora Ubu | LINK

• Centro de Estudos Ameríndios (CEstA-USP) | LINK

• Revista Brasileira de Agroecologia | LINK

Apresentação

Nadine Marques
Nutricionista, mestre e doutoranda em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Apresentação

Pâmela di Christine
Graduada em Nutrição pela FSP/USP e Mestranda em Políticas Públicas e Desenvolvimento na UNILA.

E aí, bora cozinhar?

cuscuz de tapioca

ingredientes

Modo de preparo

Caso use o leite de coco caseiro, a quantidade utilizada deverá ser de 400ml, pois a consistência dele é mais líquida;

A tapioca granulada é facilmente encontrada em zonas cerealistas, casa do norte (comércio que vende produtos típicos da região norte/nordeste) e em supermercados.

Ótimo acompanhamento para um bom cafezinho!

Por grupo Vivências Biodiversas | Sustentarea.

Veja também:

Creme de tapioca e leite de coco com manga e maracujá – Blog Sustentarea | LINK

Pudim de tapioca com coco e calda de ameixa – Revista Sustentarea | LINK

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Outros Materiais

Made – Centro de pesquisa em macroeconomia das desigualdades FEA/USP | LINK

Made – WP 11: Desenvolvimento Sustentável, Acordos Verdes e Bioeconomias na Amazônia: delineamentos para a ação programática a partir da economia agrária | LINK

Made – NPE 40: Sistemas agroflorestais na Amazônia | LINK

Materiais Sustentarea

Como é o sistema alimentar da região Norte? | LINK

Quais são os alimentos mais produzidos na região Norte? | LINK

Como é a alimentação da região Norte? | LINK

Qual o impacto ambiental do sistema alimentar da região Norte? | LINK

Indicações

Artigo original do MISFS-R (em inglês) | LINK

NAEA –  Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA | LINK 

Livro: Alimentos regionais do Brasil | LINK

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Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine e Nadine Marques

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e
Pâmela di Christine

Curadoria de receitas

Grupo Vivências Biodiversas e Danielle Freitas 

Edição

Mariana Ting

Locução de vinhetas

Daniela Vianna

Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

Cópia de Impacto ambiental do sistema alimentar do Norte (4)

Qual o impacto ambiental do sistema alimentar do norte?

No Brasil, as principais atividades responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa são o desmatamento e a agropecuária, contribuindo com 49% e 25% das emissões totais, respectivamente. Nesta publicação, mostraremos a emissão de CO2 do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, estados da Região Norte que foram agrupados por conta de semelhanças no sistema alimentar.

Outro estado que se destaca pelas emissões por desmatamento é o Amazonas, o terceiro maior emissor do país nesse setor. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, um fator que pode ter colaborado para esse cenário foi a pavimentação da BR-319, que liga Porto Velho à Manaus, já que a devastação ocorre em uma faixa de 50 km ao longo da rodovia.

Em Altamira, o maior emissor, foram lançados mais gases de efeito estufa pelo desmatamento do que o total emitido por todos os setores dos dois maiores municípios em população do país, São Paulo e Rio de Janeiro, juntos.

Boa parte dos maiores emissores estão no sul dos estados do Pará e Amazonas, na divisa com Mato Grosso e Rondônia, o segundo e quarto colocados na emissão de CO2 pelo desmatamento.

Você pode conferir os dados da emissão de CO2 no Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), iniciativa do @observatoriodoclima

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Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltferrari) e Alisson Machado (@alissondmach).

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Reforma tributária: Como ela pode afetar a nossa alimentação?

A PEC 45/2019 da Reforma Tributária, aprovada na Câmara dos Deputados no último dia 07 de julho, prevê uma série de mudanças em impostos sobre consumo, essas mudanças podem alterar – e muito – os nossos gastos com alimentação.

Os itens que irão compor a cesta básica nacional e, portanto, isentos de impostos, serão definidos posteriormente, em lei complementar. A fim de evitar que essa medida beneficia os ultraprocessados, e considerando as orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira, é preciso garantir que essa lista seja formada por alimentos in natura e minimamente processados.

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Post por Thamillys Rodrigues (@thamillysrs)

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A mandioca como parte do nosso dia a dia

Você conhece algum alimento que represente o Brasil melhor do que a mandioca?

Apesar de ser um alimento da sociobiodiversidade brasileira e ser a base da culinária dos povos originários há séculos, a mandioca e seus subprodutos, como a farinha, têm perdido espaço na mesa da população.

Sabemos que alguns fatores, como questões históricas, expansão do agronegócio, forte influência culinária de determinados países e a presença da indústria de alimentos, impactam o consumo alimentar

Desse modo, cada escolha alimentar é formada por determinantes relacionados direta e indiretamente às pessoas e aos ambientes alimentares

Aqui no site do Sustentarea, você pode encontrar algumas receitas com mandioca e seus subprodutos para incluir no café da manhã, almoço e janta. Te convidamos para, a partir delas, se inspirar e colocar a mandioca nos seus preparos do dia a dia!

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Post por Letícia Gonçalves (@le1ticia)

Explica 11 Estático - Quadrado

Sustentarea Explica | (C)onsea

Sustentarea Explica

(C)onsea

Você já ouviu falar no CONSEA?  

O CONSEA – abreviação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – é um órgão de assessoramento imediato à Presidência da República, que tem uma função essencial na promoção da Segurança Alimentar e Nutricional do Brasil, tendo como marcas de atuação o diálogo com a sociedade civil, a formulação e a supervisão de políticas públicas voltadas a esse tema.

Apesar de muitas pessoas não o conhecerem, o CONSEA já tem 30 anos de atuação e, nas últimas décadas, passou por algumas transformações e ajustes, sendo recriado em 2023 após a sua extinção no último governo. Mas por que a sua extinção foi vista como um retrocesso e quais os desafios para a continuidade e articulação das políticas de segurança alimentar no país? A gente te explica nesse episódio.

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Referências

1. Evento: Alumni USP Talks – Segurança Alimentar com Elisabetta Recine e Dirce Marchioni | link

2. Livro: A Contribuição Brasileira à Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável | link 

3. Institucional: Consea — Secretaria – Geral | link

4. Artigo: Luciene Burlandy. A atuação da sociedade civil na construção do campo da Alimentação e Nutrição no Brasil: elementos para reflexão | link

5. Artigo: Elisabetta Recine et al. Reflections on the extinction of the National Council for Food and Nutrition Security and the confrontation of Covid-19 in Brazil | link 

6. Artigo: Patrícia Jaime. Por que o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional é necessário? Via Jornal da USP | link 

7. Notícia: Consea é extinto após a manutenção do veto de Bolsonaro. Via Idec | link

8. Notícia: Consea convoca 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Via gov.br | link

Materiais Sustentarea

Comida que Sustenta – Episódio Sustentarea Explica: (In)Segurança Alimentar | link

Comida que Sustenta – Episódio ODS 2, Fome zero e agricultura sustentável com Elisabetta Recine, Lívia Esperança e Nirailde Santos | link

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Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

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Nadine Marques

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Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

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Mariana Ting

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Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

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Como é a alimentação da região norte?

A Região Norte é composta por sete estados e, destes, quatro fazem parte do mesmo sistema alimentar, de acordo com o MISFS-R: Amapá, Amazonas, Pará e Roraima

A cultura indígena está enraizada na culinária e nos pratos da região, assim como os ingredientes típicos da Floresta Amazônica

Os estados que compõem o sistema alimentar da Região Norte fazem parte da mancha culinária Amazônica

MANCHA AMAZÔNICA

É caracterizada pelo grande uso da mandioca e seus diversos produtos, frutas da floresta e peixes de rio. O açaí é um dos ingredientes-chave nessa mancha, junto com a mandioca.

Uma das heranças indígenas na região é o pouco uso do sal. O tempero da comida é feito à base de pimenta, chicória, cipó-alho, alfavaca, cúrcuma, jambu e coentro,  temperos que enriquecem o sabor dos mais diversos ensopados, sendo este um preparo culinário muito comum na região, com fortes raízes indígenas e africanas

VOCÊ SABIA?

Desde 2011, os pratos típicos Pato no Tucupi, Maniçoba, Tacacá, Vatapá e Caruru são declarados como integrantes do patrimônio cultural de natureza imaterial do Pará

A Região Norte é rica em sabores, texturas e aromas! Logo, que tal explorar receitas para variar e ampliar a alimentação?

Em Amazônia à mesa, a nutricionista Neide Rigo traz receitas práticas com alimentos comuns na região

Referências:
Jacob M. Alimentação e cultura para nutrição. Recife: Nupeea; 2021.
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Amazônia à mesa: receitas com produtos da sociobiodiversidade para a alimentação escolar. Brasília: MAPA; 2019.

Post por Gabi Manzini (@gabi_pman) e Amanda Piacentini (@amandapiacentinii).

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Ultraprocessados na cesta básica: Uma questão a ser debatida

O Decreto-Lei nº 399, sancionado em 1938, teve como objetivo regularizar o salário mínimo e, entre outras questões, estabelecer o direito à chamada ração essencial mínima, atualmente conhecida como cesta básica. Nele, constam 13 itens alimentares, bem como suas quantidades, considerados básicos para a alimentação mensal de um trabalhador em idade adulta e sua família, totalizando quatro pessoas.

Com base nessa relação, diferentes estados e municípios criaram as suas próprias cestas básicas considerando o poder econômico e a cultura alimentar local. Com o passar dos anos e as mudanças no padrão da alimentação da população, novos itens passaram a integrar cada um dos grupos, o que abriu espaço para ultraprocessados como salsicha e linguiça, macarrão instantâneo, margarina, suco em pó, e adoçantes artificiais, entre outros.

Um estudo feito pelos economistas Arnoldo de Campos e Edna Carmelio, em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e a ACT Promoção da Saúde, analisou alguns impostos que incidem sobre a cesta básica nacional em seis estados, eles identificaram uma série de distorções que contribuem para que produtos ultraprocessados sejam incorporados como itens básicos da alimentação

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) estabelece diretrizes que autorizam estados e municípios a isentar ou reduzir o imposto de itens da cesta, mas cada estado define quais serão esses itens. Com isso, em alguns estados, produtos ultraprocessados entram no rol de alimentos da cesta básica e recebem benefícios fiscais que tornam seu preço mais baixo.

ATENÇÃO: O consumo de ultraprocessados tem sido associado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, câncer, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Assim, não faz sentido que tais produtos recebam benefícios fiscais e figurem na lista de alimentos que compõem a cesta básica!

Em um cenário de aumento da fome, insegurança alimentar e DCNT, a cesta básica é uma política pública indispensável. Para que ela seja ainda mais efetiva, é essencial que as diretrizes que determinam a sua composição e os benefícios fiscais que incidem sobre seus produtos tenham como foco os alimentos in natura e minimamente processados, alinhando-se ao proposto pelo Guia Alimentar

Referências:
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor; ACT Promoção da Saúde [internet]. Avaliação da política tributária federal e estadual para a cesta básica e elaboração de propostas. São Paulo: Idec; c2023. Clique e acesse!

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Post por Thamillys Rodrigues (@thamillysrs)

ECO 05 Chamada Video - Quadrado

Sustentarea Eco | Memórias da Rainha do Brasil

Sustentarea Eco

Memórias da Rainha do Brasil

Presente na agricultura familiar brasileira, tem cheirinho e gosto de memória afetiva, de café da manhã com a família… O quinto episódio da série ‘Sustentarea Eco’, resgata histórias e memórias de afeto, de cooperação e de acolhimento que integram o livro “Memórias da Mandioca”, uma produção de 2021 do Sustentarea, realizada a partir do trabalho do grupo Alimentação Brasileira: Mandioca.

O episódio conta com relatos especiais de quatro membras do Sustentarea, trazendo recordações de pessoas que tem as suas raízes familiares nas terras nordestinas, de quem utiliza a mandioca, macaxeira ou aipim das múltiplas formas possíveis – seja como farinha no almoço, na tapioca quentinha pela manhã ou frita – e de quem cultiva um punhadinho no quintal de casa, valorizando seu cultivo subversivo.

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Material Sustentarea 'ecoado' no episódio

Livro Memórias da Mandioca
www.fsp.usp.br/sustentarea/livros/

Outros materiais

1. Cartinha da Rainha – Grupo Alimentação Brasileira: Mandioca
| cartinhadarainha.substack.com/p/prazer-sou-a-cartinha-da-rainha-1-9c5 

2. Inscreva-se para receber as próximas cartinhas 
| cartinhadarainha.substack.com/ 

 

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Apresentação

Ana Lucia Romito
Graduanda em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Ana Lucia Romito

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Ana Lucia Romito e Nadine Marques

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

QUAIS SÃO OS ALIMENTOS MAIS PRODUZIDOS NA região norte

Quais são os alimentos mais produzidos na região norte?

Na Região Norte, dois cultivos que se destacam são o açaí e a mandioca.

A maior parte da produção de açaí está concentrada no Pará e no Amazonas, que respondem por 87,5% do total produzido no país.

Inicialmente, o açaizeiro era valorizado economicamente por conta do palmito produzido. Contudo, a partir da década de 1990, o açaí é que passou a ser mais consumido

A produção dos frutos, que provinha principalmente do extrativismo, passou a ser obtida de açaizais nativos manejados e de cultivos realizados em áreas de várzea e de terra firme.

A Região Norte também concentra a maior produção de mandioca do país, com 36% da safra nacional, sendo o Pará o maior produtor local.

A mandioca desempenha papel importante na garantia da segurança alimentar e nutricional dos povos locais, e tem destaque na cultura tradicional da região

Na região também há uma grande produção de commodities, como a soja e o milho, sendo o estado do Pará responsável por parte considerável do cultivo

Em 2021, foram produzidos cerca de 2,23 milhões de toneladas de soja no estado, e quase 1,12 milhão de toneladas de milho.

Quanto à pecuária, o Pará é o estado com a maior criação de bovinos da região, com cerca de 14,3 milhões de animais, segundo o Censo Agropecuário de 2017

Neste estado, também concentra-se a maior criação de aves da região, com 29,3 milhões de animais.

Em relação aos agricultores, nos estados de Amapá, Amazonas e Roraima concentram-se as maiores proporções de produtores rurais indígenas

O produto mais cultivado pelos indígenas na lavoura temporária é a mandioca, enquanto que na horticultura é a pimenta-do-reino.

Na região também destacam-se os cultivos de: pupunha, dendê, castanha do Pará, guaraná, cupuaçu, banana e laranja.

Apesar de ser relativamente variada em relação aos alimentos cultivados, observa-se a expansão das monoculturas na região, com a plantação em larga escala de soja e milho, as quais são impulsionadas por interesses comerciais

Isso se reflete nos demais alimentos produzidos, que tendem a ter o seu cultivo reduzido, impactando a soberania e a segurança alimentar.

Fome - Mulher negra

Se a fome tivesse um rosto, ele seria o de uma mulher negra

Em 2022, dados do II VIGISAN mostraram que mulheres e pessoas negras foram as mais atingidas pela fome no país.

Contudo, quando pensamos em uma perspectiva interseccional, ou seja, na interação entre sexo e raça/cor de pele, vemos que o pior cenário de insegurança alimentar foi encontrado em mulheres negras.

Vamos aos resultados publicados no último mês pela Rede PENSSAN?

No Brasil, o acesso pleno aos alimentos foi maior nos lares chefiados por homens brancos – 58,3%

Esse percentual caiu para 47,5% quando o lar era chefiado por uma mulher branca, e para 39,7% e 30,1% quando a pessoa de referência era um homem ou mulher negra, respectivamente

Veja essa representação no infográfico a seguir!

 

Para a insegurança alimentar grave, esses percentuais foram inversos. Quando observamos a prevalência para homens brancos, 7,8% enfrentavam a fome

Esse percentual aumentou para 13,5% para mulheres brancas e 14,3% para homens negros. Já para as mulheres negras, esse valor foi de 22,0%, ou seja, 14,2 pontos percentuais a mais em relação aos homens brancos.

Esses resultados mostram como o machismo e o racismo estruturais têm afetado a vida de mulheres negras de forma sistemática, impactando também o acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficientes

Explica 10 Estático - Quadrado

Sustentarea Explica | (In)Segurança Alimentar

Sustentarea Explica

(In)Segurança Alimentar

Você sabe o que é e como classificar a insegurança alimentar? 

Classificada em três níveis: leve, moderado e grave, a insegurança alimentar é um dos principais problemas no mundo e no Brasil não poderia ser diferente. Apesar de ser considerado um direito de todos, o crescimento da desigualdade social tem dificultado o acesso adequado a alimentos suficientes, seguros e nutritivos necessários para atender às necessidades  diárias da população – o que constitui a definição de segurança alimentar.

Além da pobreza, desastres naturais, mudanças climáticas e sistemas alimentares inadequados também têm contribuído para  esse cenário de insegurança alimentar. No Brasil, com o enfraquecimento de diversas políticas públicas e com o agravamento da pandemia de COVID-19, o país entrou em uma situação alarmante, que necessita de ações urgentes e conjuntas.

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Referências

  1. Reportagem: Nexo Jornal – O direito humano à alimentação no mundo e no Brasil. Por Nexo Jornal | link 
  2. Reportagem: Nexo Jornal – A segurança alimentar como política pública no Brasil | link 
  3. Livro: Josué de Castro. Geografia da fome: o dilema brasileiro: pão ou aço. 10 ed. Rio de Janeiro: Edições Antares, 1984.
  4. Livro: Valéria Burity et al. Direito humano à alimentação adequada no contexto da segurança alimentar e nutricional. Brasília: Abrandh, 2010.
  5. Livro: Jean Ziegler. Destruição em massa: geopolítica da fome. 1 ed. São Paulo: Cortez, 2013.
  6. Publicação: Catédra Josué de Castro (FSP/USP) – Direito humano à alimentação adequada (DHAA) como diretriz para erradicação da fome no Brasil | link 
  7. Citação: Josué de Castro: Pensamento e trabalho do precursor da segurança alimentar e nutricional [livreto]. Org. João C. Alves e Marcelo M. Lucas. São Paulo: Comusan, 2013, p.17.

Materiais Sustentarea

Publicações do Sustentarea sobre Segurança Alimentar e Nutricional | link

Outros Materiais

Livro: Da Fome à Fome: diálogos com Josué de Castro. Org.Tereza Campelo e Ana Paula Bortoletto. São Paulo: Cátedra Josué de Castro; Zabelê Comunicação; Editora Elefante, 2022.
|
link (pdf gratuito) ou link (livro físico pela Ed. Elefante)

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Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

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Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

MISFS-R Norte - 1007

Como é o sistema alimentar da região norte?

Como já mencionamos em posts anteriores, o Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R) é uma ferramenta criada para avaliar a sustentabilidade dos sistemas alimentares do país.

A avaliação é feita a partir das quatro dimensões do sistema alimentar: ambiental, social, econômica e nutricional.

Neste post, falaremos sobre o sistema alimentar do cluster D, composto por 4 estados da Região Norte: Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. Esses estados foram agrupados de acordo com semelhanças no sistema alimentar. 

DIMENSÃO AMBIENTAL

Os estados deste grupo apresentaram a maior disponibilidade de água e a menor área percentual de transição de vegetação nativa para uso pela agropecuária

Contudo, é importante levarmos em consideração que o Amazonas e o Pará são os maiores estados em extensão territorial do país. Portanto, mesmo um percentual pequeno pode significar uma grande área desmatada!

DIMENSÃO SOCIAL

Na dimensão social, este grupo teve o menor acesso físico aos alimentos, a taxa mais elevada de insegurança alimentar e a maior presença de trabalho informal no campo

Em contrapartida, estes estados apresentaram a menor prevalência de desnutrição em adultos.

DIMENSÃO ECONÔMICA

Na dimensão econômica, estes estados apresentaram menores produtividade e renda no setor de produção de alimentos e também menor infraestrutura

DIMENSÃO NUTRICIONAL

Os pontos positivos foram a menor carga de doenças crônicas não transmissíveis, o menor consumo de resíduos de agrotóxicos nos alimentos e a maior prevalência de amamentação exclusiva.

Apesar disso, estes estados apresentaram a maior prevalência de déficit de crescimento em crianças e a menor diversidade da dieta

Apesar de os estados deste grupo apresentarem a maior concentração de áreas de florestas preservadas, a região tem sido alvo da expansão da monocultura e pecuária, denúncias de trabalho escravo e conflitos por terra.

Assim, é importante que iniciativas de maior igualdade na distribuição de terras e o fortalecimento da agricultura familiar sejam priorizadas nestes estados, respeitando as tradições alimentares locais e aproveitando a grande biodiversidade e o potencial de inovação científica da região.

O artigo original, em inglês, está disponível para download aqui no nosso site:

Artigos