No dia 28 de maio celebramos o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, uma oportunidade para refletir sobre as interconexões entre as diversas formas de desigualdade enfrentadas por mulheres e meninas em todo o mundo e seu papel decisivo na construção de sistemas alimentares justos, saudáveis e sustentáveis.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 visa “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”, reconhecendo as disparidades significativas entre homens e mulheres na divisão do trabalho, acesso a oportunidades, controle de recursos e participação nos processos de tomada de decisão nos níveis doméstico, comunitário e nacional.
Considerando as metas do ODS 5, especialmente aquelas relacionadas à promoção da alimentação saudável e da agricultura sustentável, é evidente que programas sociais e políticas que promovam a valorização do papel da mulher nos sistemas alimentares são essenciais para alcançar de forma plena os demais ODS da Agenda 2030. Essas desigualdades têm impacto negativo em várias dimensões da segurança alimentar e nutricional, afetando diretamente a saúde das mulheres em múltiplos aspectos.
Ainda:
- A desigualdade salarial;
- Violência de gênero;
- Falta de acesso a empregos regulares, renda e inclusão produtiva;
- Falta de acesso à saúde e à educação.
São exemplos intrínsecos da relação de desigualdade, opressão, violência e FOME.
Conexões com o ODS 5:
Como parte dos esforços para erradicar a insegurança alimentar e nutricional e promover a igualdade de gênero, podemos pensar em exemplos de esforços que se complementam.
A alimentação escolar saudável e sustentável, por exemplo, pode incentivar:
- Permanência das meninas nas escolas;
- Escolhas alimentares saudáveis ao longo da vida;
- Inclusão produtiva de mulheres agricultoras.
A Agenda 2030 destaca a necessidade de enfrentar as desigualdades de gênero e de se alcançar a equidade.
Para isso: Os sistemas alimentares devem garantir uma alimentação saudável e adequada a todos, reduzindo os impactos negativos acrescidos na vida de meninas e mulheres. Assim como capacitar mulheres para demandarem, questionarem e cobrarem a eficácia das políticas e dos processos que as afetam.
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REFERÊNCIAS
FAO. The State of Food Security and Nutrition in the World 2023. Urbanization, Agrifood Systems Transformation and Healthy Diets across the Rural– Urban Continuum. The State of Food Security and Nutrition in the World. Rome (2023).
IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Divulgação Especial – Medidas de Subutilização da Força de Trabalho no Brasil (2022).
LOLI, D. A.; LIMA, R. S.; SILOCHI, R. M. H. Q. Mulheres em contextos rurais e Segurança Alimentar e Nutricional. Segurança Alimentar e Nutricional, [S.L.], v. 27, p. 1-13. Universidade Estadual de Campinas. (2019)
MOTA, D. M.; SILIPRANDI, E.; PAHCECO, M. E. L. Soberania alimentar: biodiversidade, cultura e relações de gênero – Brasília, DF: Embrapa (2021).
Rede PENSSAN. «II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil [livro eletrônico]». Insegurança alimentar e Covid-19 no Brasil1 semVer tradução