Como já mencionamos em posts anteriores, o Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R) é uma ferramenta criada para avaliar a sustentabilidade dos sistemas alimentares do país.
A avaliação é feita a partir das quatro dimensões do sistema alimentar: ambiental, social, econômica e nutricional.
Neste post, falaremos sobre o sistema alimentar do cluster D, composto por 4 estados da Região Norte: Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. Esses estados foram agrupados de acordo com semelhanças no sistema alimentar.
DIMENSÃO AMBIENTAL
Os estados deste grupo apresentaram a maior disponibilidade de água e a menor área percentual de transição de vegetação nativa para uso pela agropecuária
Contudo, é importante levarmos em consideração que o Amazonas e o Pará são os maiores estados em extensão territorial do país. Portanto, mesmo um percentual pequeno pode significar uma grande área desmatada!
DIMENSÃO SOCIAL
Na dimensão social, este grupo teve o menor acesso físico aos alimentos, a taxa mais elevada de insegurança alimentar e a maior presença de trabalho informal no campo
Em contrapartida, estes estados apresentaram a menor prevalência de desnutrição em adultos.
DIMENSÃO ECONÔMICA
Na dimensão econômica, estes estados apresentaram menores produtividade e renda no setor de produção de alimentos e também menor infraestrutura
DIMENSÃO NUTRICIONAL
Os pontos positivos foram a menor carga de doenças crônicas não transmissíveis, o menor consumo de resíduos de agrotóxicos nos alimentos e a maior prevalência de amamentação exclusiva.
Apesar disso, estes estados apresentaram a maior prevalência de déficit de crescimento em crianças e a menor diversidade da dieta
Apesar de os estados deste grupo apresentarem a maior concentração de áreas de florestas preservadas, a região tem sido alvo da expansão da monocultura e pecuária, denúncias de trabalho escravo e conflitos por terra.
Assim, é importante que iniciativas de maior igualdade na distribuição de terras e o fortalecimento da agricultura familiar sejam priorizadas nestes estados, respeitando as tradições alimentares locais e aproveitando a grande biodiversidade e o potencial de inovação científica da região.
O artigo original, em inglês, está disponível para download aqui no nosso site:
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