Carne e câncer colorretal (Apresentação (169))

Consumo de carne e sua relação com o câncer de colorretal

O Março Azul-Marinho é uma campanha de conscientização e prevenção do câncer colorretal, o terceiro tipo de neoplasia mais comum no Brasil.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, a estimativa é de 44 mil novos casos no país, com expectativa de chegar a 80 mil casos/ano em apenas cinco anos.

A alimentação é um importante fator para o desenvolvimento do câncer colorretal. Aliás, você sabia que a carne vermelha e processada aumentam o risco para a doença? Veja abaixo o que diz estudos de revisão sistemática têm mostrado nos últimos anos

Mas o que é uma revisão sistemática?

Como o próprio nome indica, se trata de um estudo no qual os autores revisam os artigos publicados sobre um determinado tema de maneira imparcial e a partir de critérios bem definidos, tornando este o tipo de pesquisa com o maior nível de evidência científica existente.

E antes de prosseguir, também vale lembrar que as carnes vermelhas se referem a qualquer corte de boi, porco, cordeiro, carneiro ou cabrito.

Já as processadas são aquelas formuladas pela indústria a partir da mistura de diversos tipos de carne com substâncias alimentares e aditivos, como salsicha, linguiça, salame, mortadela e presunto, por exemplo.

Agora sim! Vamos ver os resultados de algumas dessas revisões?

ESTUDO 1 – Schwingshackl et al. (2018)

Os autores mostraram um aumento no risco para o desenvolvimento de câncer colorretal de 12% para o consumo de cada 100 g/dia de carne vermelha, e um risco 17% maior para cada 50 g/dia de carnes processadas

ESTUDO 2 – Farvid et al. (2021)

Em um estudo semelhante, os autores identificaram um aumento no risco para a doença de 14% para o consumo de cada 100 g/dia de carne vermelha, e de 16% para cada 50 g/dia de carne processada

Isso significa que uma pessoa que comia 200 g/dia de carne (~2 bifes médios) em relação a alguém que comia 100 g teve um risco 14% maior de desenvolver este tipo de câncer

O mesmo vale para a carne processada. Quem comia 150 g/dia desse alimento (3 gomos de linguiça, por exemplo) teve um risco 56% maior de desenvolver câncer colorretal quando comparado a quem não comia

ESTUDO 3 – Parra-Soto et al. (2022)

Já nesta revisão, os autores investigaram diferentes tipos de dieta (onívora, apenas com carne branca, pescetariana e vegetariana/vegana) e sua associação com o desenvolvimento de câncer colorretal.

Em relação aos onívoros, ou seja, quem comia todos os tipos de carne, incluindo a vermelha e processada, os pescetarianos, que comiam apenas peixe, tiveram um risco 24% menor de ter a doença.

Esses estudos indicam que limitar o consumo de carne é uma medida importante para a redução do risco de câncer colorretal

De acordo com o Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer (WCRF), a ingestão máxima de carne vermelha e processada deve ser de 500 g/semana (~71 g/dia), devendo esta última ser consumida na menor quantidade possível

 

Você come carne? Se sim, quanto?

Comente aqui!!

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Post por Alisson Machado (@alissondmach).

 
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