Hoje é celebrado o Dia Internacional da Mulher e, certamente, é um momento de refletirmos sobre igualdade de gênero.
Uma questão relevante quando falamos sobre isso é o acesso pleno aos alimentos, já que as mulheres estão sob maior risco de insegurança alimentar em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Veja os dados que mostram essa realidade.
A insegurança alimentar tem aumentado em todo o mundo devido a uma série de motivos, sobretudo nos países em desenvolvimento.
A distribuição desse fenômeno pode ser bastante desigual mesmo dentro desses países, e um dos fatores associados a essa diferença é o gênero.
De acordo com o relatório SOFI de 2022, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, 31,9% das mulheres estavam em insegurança alimentar moderada ou grave (fome) em todo o mundo em 2021
Para os homens, esse valor foi de 27,6%, ou seja, 4,3 pontos percentuais a menos em relação às mulheres
Se essa diferença não parecer tão grande, vale lembrar que 1% da população mundial equivale a 80 milhões de pessoas
Também há uma desigualdade regional importante. Na América Latina e Caribe, a diferença entre homens e mulheres na prevalência de insegurança alimentar moderada e grave foi de 11,3 pontos percentuais, a maior em todo o mundo
No Brasil, isso não é diferente. Segundo os dados do II VIGISAN, 25,1% dos lares em que a pessoa de referência era um homem enfrentaram a insegurança alimentar moderada ou grave em 2022.
Quando a pessoa de referência era uma mulher, esse percentual foi de 36,7%, o que indica uma diferença de 11,6 pontos percentuais
Esse valor é muito semelhante ao da América Latina e Caribe, e bem superior à diferença mundial, mostrando a grande desigualdade que existe no nosso país quando falamos de segurança alimentar e gênero