Desdobramento2 Maio - PANC

PANC e Alimentação Decolonizada

A questão trazida pela decolonização da alimentação não é abandonar os alimentos já consolidados na nossa alimentação, mas incrementar o cardápio valorizando nosso patrimônio cultural alimentar, nossos ingredientes e nossas receitas.

Mas o que as PANC tem a ver com isso?

Elas são espécies não tradicionais de plantas para nós (sendo que essa convencionalidade é dinâmica quando observamos o lugar que partimos para falar de certo vegetal) que podem e devem ser inseridas a fim de enriquecer nossa alimentação e tirar a nossa dieta e as redes alimentícias da monotonia alimentar. Além disso, resgata e valoriza nosso patrimônio biológico e cultural, fomentando um sistema alimentar mais autônomo e ecológico.

Pela sua resiliência, as PANC são espécies muito adaptadas às mudanças climáticas; essa flexibilidade as torna alimentos com grande potencial para serem incluídos na dieta do futuro e do presente. A inserção dessas plantas também significa valorizar o que é local.

De um modo geral, o processo de produção colonizador e a fundação da indústria alimentícia exportadora do agronegócio sucumbiu nossas práticas alimentares autônomas e culturais, sendo assim, não conhecemos tão afundo a riqueza e a grandiosidade da nossa biodiversidade. Nesse sentido, o estímulo desse tipo de cultivo e prática permite um despertar de autonomia e ancestralidade.

Além disso, ressignificar a alimentação dentro da pauta de cultivos agroecológicos e da discussão sociológica da descolonização expressa a construção de um modo de vida que promova saúde e alimentação adequada, passando necessariamente pela reconciliação de saberes e práticas humanas e ambientais através de conhecimentos relativos à agroecologia, aos sistemas alimentares responsáveis, conscientes e ao pertencimento comunitário.

Assim temos, como efeito, a produção do caminho para o desenvolvimento sustentável e decolonizado e a construção de indivíduos conectados ao patrimônio cultural de suas origens.

Que tal discutirmos juntos nossa história e repensarmos nossas escolhas?

Por Nathalia Vieira (@nathhyvieira) e Marsia Serrano (@marsiaserrano).

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