No dia 13 de março, a FSP-USP recebeu o Seminário Internacional de Ciência de Disseminação e Implementação (D&I) de Países de Língua Portuguesa. O encontro foi coordenado pela professora Marília Louvison, do departamento de Política, Gestão e Saúde, líder do Grupo de Pesquisa GERA, coordenadora técnica do Acordo de Cooperação com a ENSP NOVA Lisboa e promotora do evento. A coordenação também contou com Lucia Izumi da Escola de Enfermagem (EEUSP), Isabel Sacco , da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e Danila Paquier do Grupo de Interesse D&I.
O seminário ocorreu no âmbito do convênio de cooperação acadêmica da Universidade NOVA de Lisboa e a Universidade de São Paulo e contou com a participação da professora e pesquisadora Sonia Dias, diretora e professora catedrática da Escola Nacional de Saúde Pública da NOVA, além de representantes da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Participaram cerca de 100 pesquisadores, de forma presencial e remota. Para a professora Marília Louvison, o evento foi “um sucesso”, atingindo plenamente seus objetivos de reunir profissionais e pesquisadores de todo o mundo para debater os desafios da ciência D&I nos países de língua portuguesa.
Para Sonia, o seminário representa um reforço importante para a colaboração e o convênio (USP-NOVA), destinado a fortalecer tanto os programas formativos das duas universidade, como também as linhas de pesquisa sobre a ciência da implementação, área que, para Sônia, vem se tornando cada vez mais relevante no cenário acadêmico.
A Ciência da Implementação estuda como ações intencionais auxiliam na incorporação de resultados de pesquisa científica no cotidiano. O tema é especialmente relevante tendo em vista o contexto da pandemia de COVID-19, quando um cenário de fake news invadiu os meios de divulgação em todo o mundo. Após cinco anos da deflagração da pandemia., Sonia afirma que ainda existem barreiras para que as “as evidências científicas sejam traduzidas em soluções que melhorem a vida das populações”.
Para a pesquisadora portuguesa, a COVID-19 mostrou que um maior envolvimento da população é muito importante para que as intervenções em saúde possam responder às necessidades das pessoas, criando ganhos reais em saúde, principalmente para os grupos mais vulneráveis, afirma.
“A ciência de implementação tenta encontrar quais são as barreiras ou os fatores que vão facilitar a implementação de intervenções mais ligadas com as necessidades reais e com o maior envolvimento de todos os intervenientes”, completa a pesquisadora. Para ela, o encontro contribuiu para “a partilha de experiências dos vários projetos em andamento, além de proporcionar a oportunidades de aumentar a implementação e a disseminação desta ciência para a população em geral”, afirma.
Foram apresentados 3 projetos de pesquisa do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP), um de Centro de Ciência para o desenvolvimento (CDC) e um Jovem Pesquisador (JP), coordenados por docentes da USP.
Marília conta que o seminário foi um esforço interunidades da USP, envolvendo, além da FSP-USP, a EEUSP e a FMUSP, com apoio da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação da USP, em parceria com o Grupo de interesse em ciência da implementação em países de língua portuguesa.
“A ciência da implementação se debruça em reduzir o tempo da implementação de evidências científicas, utilizando metodologias avaliativas participativas e construindo processos compartilhados com os principais interessados. Acreditamos que a ampliação de redes colaborativas poderão contribuir para as pesquisas articuladas com as políticas públicas e com a melhoria das condições de vida e saúde”, conclui a professora Marília.
O seminário poderá ser assistido em breve no canal da FSP-USP no YouTube.
