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Artigo “Vitamina D e crianças” comenta a prevalência do raquitismo infantil e ressalta a importância da exposição à luz solar

Pesquisadoras da FSP-USP vêm desenvolvendo uma ampla pesquisa sobre o papel de elementos do clima e do meio ambiente no status de vitamina D em humanos. Após a publicação de diversos artigos sobre o tema, o grupo foi convidado pela European Society for Paediatric Endocrinology para participar da edição especial de sua newsletter, sobre a temática “Endocrinologia num clima em mudança” (Endocrinology in a changing climate). O artigo Vitamin D and children, veiculado no número 64 da publicação, mostra a importância da irradiação ultravioleta B da luz solar e como sua falta ou insuficiência pode contribuir para a prevalência do raquitismo em crianças.

Assinado pela professora Helena Ribeiro e as pesquisadoras Sofia Lizarralde Oliver e Keila Valente de Santana, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP-USP, o comentário à newsletter faz um apanhado da literatura cientifica  mostrando que a deficiência prolongada de vitamina D provoca raquitismo em crianças. 

De acordo com o texto, a taxa de hospitalização por incidência de raquitismo em crianças com menos de 15 anos é a mais alta em cinco décadas no Reino Unido.  A taxa, que era de 0,56 incidências/100.000 entre 1963-97, passou para 1,01/100.000, no período 1997-2011, naquela país. As causas apontadas foram a diminuição de horas de sol, mudanças na alimentação e no padrão de internação hospitalar, segundo o artigo.

Até mesmo em locais com radiação suficiente durante o ano inteiro também existe alta prevalência de deficiência e insuficiência de vitamina D. “No entanto, raros estudos recomendam que as crianças devem despender mais tempo ao ar livre para se beneficiarem da síntese de vitamina D através da luz solar”, observam as pesquisadoras.

Outro achado importante, encontrado em artigos, é que a prevalência de deficiência/insuficiência é menor em crianças recém-nascidas e vai aumentando progressivamente até a adolescência, indicando que o hábito de ficar muito tempo dentro de casa e/ou escola se desenvolve desde tenra idade e se amplia com a idade produtiva, por causa do trabalho e estilos de vida, e com o envelhecimento por maior dificuldade de se expor ao sol e por menores condições de absorção dérmica.

O texto da newsletter questiona se esses resultados estariam confluindo para a nova realidade de mudanças climáticas no mundo e indaga: “Brincar em espaços abertos seria um luxo, no contexto das mudanças climáticas e de novos hábitos?”

Confira alguns artigos publicados sobre a temática:

https://www.fsp.usp.br/site/noticias/mostra/52207

https://www.fsp.usp.br/site/noticias/mostra/37024

https://www.fsp.usp.br/site/noticias/mostra/34986

 

 

“Vitamin D and children” (newsletter ESPE News) – leia o artigo na íntegra aqui.