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Pele do amendoim pode reduzir fatores de risco associados às síndromes metabólicas, mostra artigo de pesquisadores da FSP-USP

O artigo “In Vitro Digestion of Peanut Skin Releases Bioactive Compounds and Increases Cancer Cell Toxicity”, que acaba de ser publicado na revista científica MDPI, discorre sobre a capacidade dos bioativos presentes na pele do amendoim em reduzir os fatores de risco associados às síndromes metabólicas.

O estudo, conduzido pelo grupo do Laboratório de Componentes Alimentares e Saúde (LACAS) da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP), coordenado pela professora Elizabeth A. F. S. Torres, em parceria com o INTA Chile e a Universidade de Oklahoma dos Estados Unidos, detalha os biocompostos da pele do amendoim (Arachis hypogaea) e sua bioatividade, caracterizada pela atividade antioxidante, pela inibição das enzimas lipase e carboidrase, e também avalia as propriedades antiproliferativas em células de câncer colorretal (HCT116) após a digestão in vitro, ou seja, utilizando métodos experimentais que simulam as condições fisiológicas da digestão in vivo.

A casca do amendoim foi submetida a duas fases de digestão sequencial e o conteúdo resultante foi denominado extratos da fase 1 (P1) e fase 2 (P2). Vários compostos bioativos foram identificados positivamente, incluindo o ácido quínico (composto encontrado em diversas fontes vegetais), que foi liberado principalmente durante a digestão in vitro. 

O teor de compostos fenólicos totais e a atividade antioxidante de P1 foram maiores do que os de P2, independentemente do método utilizado. P1 também apresentou uma menor concentração inibitória da enzima IC50 em comparação com P2, para as enzimas lipase, responsável pela quebra da gordura em moléculas menores durante a digestão, e α-glucosidase, que decompõe o amido e os dissacarídeos em glicose. Em relação à viabilidade celular das células cancerosas, as concentrações mais baixas de P1 apresentaram a enzima  IC50 em comparação com P2.

Em conclusão, os compostos bioativos foram liberados principalmente durante a primeira fase da digestão in vitro. As amostras digeridas mostraram atividade antioxidante, atividade inibitória de enzimas e citotoxicidade em células cancerígenas, especialmente aquelas do extrato P1. A citotoxicidade, para melhor exemplificar, é a capacidade que um material possui de inibir a proliferação  ou causar danos e lesões às células em cultura, o que pode ou não levar à morte celular. Os resultados sinalizam as potenciais aplicações desse subproduto para a saúde humana.

O artigo pode ser lido na íntegra pelo link.