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FSP-USP participa de estudo que documenta relação entre amamentação e níveis de mercúrio em mães, com potencial contaminação de crianças

O professor Fredi A. Diaz-Quijano, docente do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) e o Dr. Rafael Buralli, egresso da FSP-USP, participaram de estudo publicado na revista científica International Journal for Environmental Research and Public Health no dia 22 de março de 2023 que identifica a contaminação de altos níveis de mercúrio, excedentes aos limites seguros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em grupos de mães na região da Amazônia Brasileira, em Rondônia

O artigo intitulado “Mercury Exposure in Women of Reproductive Age in Rondônia State, Amazon Region, Brazil” foi coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e contou com a colaboração do professor Fredi, do Dr. Rafael e de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal de Rondônia e da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

A pesquisa observou que a duração da amamentação esteve constantemente associada com a redução dos níveis de mercúrio das mulheres, podendo indicar transferência do mineral para as crianças, resultando em um impacto negativo na saúde delas.

Para realizar o estudo, foi utilizado um corte longitudinal que acompanhou mulheres rondonienses em idade reprodutiva por cinco anos e avaliou os níveis de mercúrio corporal. Com isso, eles conseguiram identificar que, com cada mês adicional de amamentação, houve uma redução média de 0,05 microgramas de mercúrio por cada grama de tecido analisado ao final do seguimento.

De acordo com os pesquisadores, a principal fonte de exposição ao mercúrio entre essas populações é o consumo de peixe contaminado, especialmente devido ao garimpo, somado à mobilização do mercúrio natural por atividades humanas, como o desmatamento e a construção de hidroelétricas na região. Alguns dos efeitos negativos do mercúrio na saúde de mulheres e crianças são distúrbios neurológicos, cognitivos, reprodutivos, de nascimento e desenvolvimento infantil, entre outros.

Para ler o artigo na íntegra, acesse: https://www.mdpi.com/1660-4601/20/6/5225