Estudo de pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), ligado à FSP-USP, realizado junto a pesquisadores de outras instituições incluindo a Fiocruz, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidad de Santiago de Chile, calcula que o número de mortes associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados pode chegar a aproximadamente 57 mil ao ano no Brasil, com base em dados demográficos e de mortalidade consolidados referentes ao ano de 2019. É a primeira vez que a ciência chega a uma estimativa de mortes prematuras atribuíveis ao consumo desses alimentos.
“As estatísticas sobre o consumo de ultraprocessados e o risco disponível na literatura científica geraram um percentual que multiplicamos pelas mortes totais, para descobrir quantas são atribuíveis ao consumo”, explicou Nilson ao site O Joio e o Trigo. A pesquisa vem ganhando grande destaque na mídia, desde a sua publicação.
O pesquisador do Nupens Eduardo Nilson, um dos autores da pesquisa, explica que as mortes prematuras associadas aos alimentos ultraprocessados não estão restritas apenas ao consumo dos nutrientes em excesso presentes nesses alimentos, como o açúcar, a gordura e o sal, por exemplo, que já são conhecidos por estarem associados ao desenvolvimento de doenças crônicas. Mas também há relação com o caráter inflamatório desses alimentos e com suas embalagens, que podem liberar substâncias tóxicas.
Os óbitos relacionados a alimentos ultraprocessados atingiram principalmente homens e pessoas na faixa etária dos 50 aos 69 anos de idade, segundo a pesquisa. Além disso, o estudo também avaliou a quantidade de mortes que seriam evitadas caso houvesse a redução de diferentes porcentagens do consumo desses alimentos no Brasil.
Confira o artigo completo que foi publicado no American Journal of Preventive Medicine.
Leia a entrevista completa do autor Eduardo Nilson para o jornal O Joio e O Trigo