
Professora Simone Diniz, da FSP-USP. Imagem: reprodução.
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, os editores do Data Science GCs Digest fizeram uma homenagem especial às mulheres cientistas que integram e utilizam a rede de dados da revista para produzir artigos ou informações sobre políticas públicas baseadas em evidências. Foram selecionados quatro perfis de mulheres destacadas em diferentes capítulos do Data Sciences Grand Challenges: KiGC África, KiGC Brasil, KiGC Índia e o piloto ICODA GC.
Entre elas, está a professora Simone Diniz, ex-vice-diretora da FSP-USP, docente do Departamento de Ciclos de Vida e Sociedade da FSP-USP.
O Data Science GCs Digest é uma newsletter mensal editada pela equipe de coordenação do Data Science GC, com base no conteúdo enviado pelos leitores.
Leia abaixo, numa tradução livre, o que a revista publicou sobre a professora:
“Dra. Simone Diniz: Uma equipe liderada por mulheres aumentando a transparência de dados por meio da análise de intervenções de parto no Brasil
O sonho da Dra. Simone Diniz antes das Explorações dos Grandes Desafios era mudar a forma como alguns dados são coletados para o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), lançando luz sobre as consequências negativas para mulheres e recém-nascidos, tanto da falta das intervenções no parto (“muito pouco, muito tarde”) quanto do seu excesso ou uso inadequado (“ muito, muito cedo”) ,.
Ao lado de seus colegas de equipe -que, como ela, têm um histórico de defesa dos direitos e da saúde das mulheres- Simone pretende mudar a narrativa usando suas análises sobre o impacto das intervenções nos resultados do parto, para modificar a forma como os dados sobre as intervenções e suas consequências são registrados, por exemplo, a idade gestacional. Essas propostas transformarão os pontos cegos identificados em suas pesquisas em dados mais precisos e transparentes. Além disso, incorporar esses elementos nos prontuários é uma forma de informar os profissionais de saúde sobre as consequências positivas ou negativas dessas intervenções.
Fica clara a importância de ter um grupo de pesquisa formado principalmente por mulheres. De acordo com Simone, vivemos atualmente em um modelo de assistência à saúde materna e da mulher idealizado principalmente por homens. O número de intervenções de parto desnecessárias e inadequadas relatadas, como episiotomia ou o uso desregulado de ocitocina, indicam a urgência de discutir o empoderamento das mulheres sobre suas necessidades.
O projeto GC Data Science aproximou seu sonho da realização e lhe proporcionou conhecimento sobre ciência de dados, além de outros temas importantes, como o feminismo interseccional. Essa estrutura diversificada é fundamental para desenvolver ferramentas orientadas por dados de SMNI para informar as políticas de saúde.”