O “Saúde É Pública”, o podcast da FSP-USP, chega ao seu último episódio da 1ª temporada com uma reflexão sobre um tema que ocupou grande parte da cobertura da mídia nas últimas semanas. A consulta pública para vacinar crianças contra a COVID-19 foi uma forma de politizar a vacinação, segundo analistas. Isso agrava ainda mais um quadro que já preocupa especialistas há algum tempo, que é a queda crescente da vacinação no país.
A cobertura vacinal brasileira já foi considerada uma referência mundial. Mas a queda nos índices vem reacendendo temores do retorno de doenças que já estavam controladas ou erradicadas. A hesitação vacinal, a disseminação de desinformação por meio das redes sociais, o treinamento insuficiente de profissionais da saúde, os baixos investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) e falhas na vigilância de eventos adversos pós-vacinação podem ser alguns dos motivos da queda na cobertura vacinal, segundo a professora Ana Paula Sayuri Sato, do Departamento de Epidemiologia da FSP-USP, entrevistada do 15º episódio do “Saúde É Pública”.
“A pandemia de COVID-19 impactou a procura dos serviços de saúde para vacinação. Isso ocorreu em todo o mundo, em que milhões de crianças deixaram de ser vacinadas em 2020 em relação a 2019 e essa queda provavelmente foi mais importante em países de baixa e média renda. Por outro lado, é importante lembrar que as coberturas vacinais já vêm declinando desde 2016”, conta a professora Ana Paula.
Em 2020, o Brasil registrou o pior índice de cobertura vacinal infantil dos últimos 25 anos, segundo a agência de dados independente Fiquem Sabendo reuniu os dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) no DATASUS, o portal oficial do Ministério da Saúde.
Os dados indicam que das 9 principais vacinas recomendadas para as crianças abaixo de 2 anos de idade, nenhuma atingiu a meta federal de mais de 90% ou 95% do público-alvo vacinado. Por exemplo, a cobertura da BCG, que protege contra a tuberculose, cobriu 73,8% do seu público-alvo, maior queda em 27 anos da série histórica. A vacinação contra a poliomielite teve adesão de apenas 75,97%. A da tríplice viral se manteve abaixo dos 80% de cobertura.
Neste último episódio da temporada, a professora nos conta quais são esses motivos, como a disseminação de notícias falsas impacta nesse processo, a importância de mantermos a taxa de 90% a 95% de vacinados e como o Governo e a sociedade podem fazer para reverter esse quadro. A entrevista está imperdível!
O “Saúde É Pública” retorna no dia 2 de março de 2022 com a segunda temporada de entrevistas e temas sugeridos pelos ouvintes.
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Saúde É Pública – o podcast da FSP-USP
Episódio: “A cobertura vacinal infantil no Brasil”
Participação: Profª Ana Paula Sayuri Sato, do Departamento de Epidemiologia da FSP-USP
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