O Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP), em parceria com a ETEC Júlio de Mesquita de Santo André, está realizando um projeto de Pré-Iniciação Científica para investigar a possível correlação entre residir próximo a áreas verdes com a incidência de cânceres de pulmão e colorretal, além de doenças cardiovasculares.

Iniciado em setembro de 2023, o estudo “Relação entre áreas verdes e doenças na cidade de São Paulo” está em fase de análise de dados. No momento, o grupo -composto pelos estudantes Gabriela Tavares Baioni, Gabrielly Moura e Guilherme Moreira, do Ensino Médio Técnico de Meio Ambiente da ETEC Júlio de Mesquita, em Santo André (SP)- está analisando dados de pacientes de câncer de pulmão, colorretal e doenças cardiovasculares e buscando possíveis associações com o local de residência. A metodologia inclui o uso de dados geocodificados para comparar a quantidade de casos dessas doenças com o índice de áreas verdes no município de São Paulo.

Os pesquisadores acreditam que morar próximo ao verde pode ser um estímulo à prática de atividades físicas e, com isso, diminua a incidência dessas doenças mencionadas. Dessa forma, trabalham com a hipótese de que “morar perto desses locais serve como fator de proteção contra as doenças estudadas”, segundo um dos coordenadores do trabalho, professor Thiago Silveira, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP-USP.

Além do professor Thiago Silveira -que também é professor da ETEC Júlio de Mesquita- o projeto também é coordenado pela professora Adelaide Nardocci, chefe do Departamento de Saúde Ambiental, e pelo professor Adeylson Ribeiro.  A pesquisa deve se encerrar em agosto de 2024 e em breve poderá colher seus primeiros frutos. É que o grupo já aguarda a revisão de pares sobre um capítulo de livro. Além disso, os estudantes também estão trabalhando na escrita de um artigo para revista científica.

“Esse projeto foi bastante importante para conhecer mais da área acadêmica e uma grande oportunidade para entender como funciona um trabalho em campo e até enriquecer o nosso currículo com um artigo científico”, comentam os estudantes sobre a importância do projeto.

O projeto foi desenvolvido pelos estudantes, com orientação dos professores, com incentivo do Programa de Pré-Iniciação Científica e de Pré-Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da USP. Instituído pela Resolução CoPq nº 7.235, de 22 de julho de 2016, o programa funciona por meio de parcerias e se trata de uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação que tem por objetivo promover a cultura científica e tecnológica em estudantes do Ensino Fundamental e Médio, mediante o desenvolvimento de projetos de pesquisa em todas as áreas, sob orientação de um docente da USP.

O programa da USP é aberto a alunos de Ensino Técnico, Fundamental e Médio e existe desde 2016. Oferece oportunidades de bolsas de ensino e pesquisa a jovens entre 15 e 18 anos de idade, com duração de 12 meses. Os estudantes utilizam recursos como a biblioteca da Universidade, computadores e acesso à internet para a realização de seus estudos e pesquisas.

“É importante realizar um projeto de Pré-Iniciação Científica para ensinar aos jovens como se faz ciência”, ressalta o professor.

 

Professor Thiago Silveira com os estudantes Gabriela Tavares Baioni, Gabrielly Moura e Guilherme Moreira na fachada da faculdade

Computadores utilizados pelos estudantes para realização do seu projeto