Toda vez que uma tragédia ambiental acontece, voltam à tona os debates sobre a questão climática e o papel crucial do planejamento urbano nas cidades. Qual teria sido o mix que permitiu a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul? Será que a natureza é mesmo a única “culpada”? O tema é debatido no episódio 65 do Saúde É Pública, o podcast da FSP-USP.

A professora Gabriela Di Giulio, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP-USP, mostra como o conceito de risco pode ser aplicado aos territórios atingidos pela enchente na Bacia da região do Guaíba, refutando o discurso de que as catástrofes são naturais. Ao contrário, dependem de uma junção de fatores que levam as populações a situações de vulnerabilidade.

O professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, especialista em mudanças climáticas globais, explica os fatores climáticos associados à tragédia e alerta para a necessidade crucial de uma ação conjunta da sociedade, academia e governos para que as cidades possam se adaptar às mudanças climáticas em curso.

As enchentes no RS afetaram mais de 2 milhões de pessoas; ferindo 806 e causando 172 óbitos confirmados, segundo atualização em 05 de junho da Defesa Civil. Além desses números e das perdas materiais incalculáveis, existem as perdas imateriais: um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital das Clínicas de Porto Alegre vem mostrando que 9 em cada 10 atingidos pelas enchentes relatam ansiedade, entre outros transtornos mentais, como estresse pós-traumático e esgotamento profissional (burnout).

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Saúde É Pública
Episódio 65: Crise climática e enchentes no Rio Grande do Sul
Com Gabriela Di Giulio e Paulo Artaxo

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