O açúcar “invisível”

 

O Brasil é um dos países que mais consomem açúcar no mundo, perdendo somente para a  Índia, União européia e China, respectivamente (SUCDEN, 2014).

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Os alimentos ultraprocessados (formulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes) possuem grande quantidade de açúcar, o qual muitas das vezes não conseguimos saber a quantidade exata, pois nos rótulos de alimentos poucos fabricantes disponibilizam esta informação.

O alto consumo desses alimentos está relacionado com o aumento de excesso de peso e, consequentemente, outras doenças associadas, como: diabetes, hipertensão e dislipidemia.

 

Estudo do VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) de 2016, apontou que mais da metade da população brasileira está com peso acima do recomendado e 18,9% dos brasileiros estão obesos.

Uma das medidas adotadas por vários países para desestimular o consumo de açúcar na dieta da população é o aumento de até 20% no imposto sobre diversas bebidas açucaradas, tendo em vista que a grande parte do açúcar consumido atualmente está “escondido” em alimentos processados, ou em bebidas, como caixinhas de suco e refrigerantes.

De acordo com a OMS, o aumento de 20% nos preços já reduziria drasticamente o consumo de bebidas açucaradas, e como consequência, os casos de obesidade, cáries e diabetes.

No Brasil, organizações não governamentais e o Conselho Nacional de Saúde iniciaram um movimento para aumentar impostos dos refrigerantes, porém no âmbito legal as negociações estão na fase preliminar e ainda pouco se avançou.

Existe um projeto de lei para que seja proibida a venda de refrigerantes nas cantinas das escolas, porém ainda está em votação nas instâncias do governo.

Em alguns países, essas medidas já foram adotadas. Como por exemplo, a França que em 2004 proibiu a instalação de máquinas de refrigerantes nas escolas, e recentemente, em 26 de janeiro deste ano, editou uma lei proibindo a venda de bebidas açucaradas ilimitadas.

Vale ressaltar que aumentar o preço desses produtos seria apenas uma das medidas para reduzir seu consumo e que ainda são necessárias ações de incentivo à alimentação saudável e caseira.

 

Elaborado por Denise Miguel – nutricionista

 

Referências:

 

INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. O Açúcar que você não vê. Disponível em: <http://www.idec.org.br/especial/o-acucar-que-voce-nao-ve>acesso em 12/07/2017

 

O consumo de açúcar e o Código de Defesa do Consumidor – O Impacto das políticas públicas para redução do consumo de açúcar

<https://jus.com.br/artigos/59063/o-consumo-de-acucar-e-o-codigo-de-defesa-do-consumidor/2> Acesso em 12/07/2017

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/05/Guia-Alimentar-para-a-pop-brasiliera-Miolo-PDF-Internet.pdf> Acesso em 12/07/2017