Por nutricionista Natalie Marinho Dantas
Nas últimas décadas, o aumento no consumo de frutas e hortaliças vem sendo recomendado como base de uma alimentação saudável, principalmente em função dos efeitos protetores desses alimentos contra doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, câncer, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares). Entretanto, esse consumo ainda é abaixo das recomendações da Organização Mundial de Saúde e Guia Alimentar para a População Brasileira.
Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL, 2014) mostram que apenas um quarto da população brasileira (24,1%) consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em cinco ou mais dias da semana. Segundo a OMS, a ingestão necessária é de pelo menos 400 gramas desses alimentos diariamente. Esse consumo é ainda menor entre os homens (19,3%), comparado às mulheres (28,2%).
É essencial para o organismo o consumo regular de frutas (3-5 porções/dia), mas você sabe a importância dos vegetais cultivados localmente e adquiridos no período de safra?
Frutas, legumes e verduras nativos se adaptam bem a qualquer tipo de solo e clima e possuem baixo custo de produção. A colheita da sua maioria ocorre em épocas diferentes do ano, e o seu consumo estimula o resgate aos hábitos culturais de uma população. Frutas regionais, por exemplo, produzidas em sistemas agroecológicos, além de preservarem o meio ambiente, são ainda, particularmente saborosas e excelentes fontes de minerais e compostos antioxidantes.
As frutas no geral podem ser consumidas frescas ou secas (desidratadas), como parte das refeições principais ou como pequenas refeições. Nas refeições principais, são componentes importantes do café da manhã e, no almoço e no jantar, podem ser usadas em sucos, saladas ou como sobremesas.
Entre as frutas típicas produzidas em países de climas tropicais e subtropicais como o Brasil, destacam-se a manga e a banana, que são ingredientes funcionais presentes em diversas preparações culinárias do brasileiro.
A banana é uma fruta muito popular (variedades: pacovan, prata, maçã, ouro, nanica, terra, d’angola entre outras), comercializada e consumida em mais de 130 países. Economicamente, constitui a quinta colheita agrícula mais importante em termos de comércio mundial, depois do café, cereais, açúcar e cacau. Contém vários compostos bioativos, incluindo os fenólicos, carotenóides e fitoesteróis, que são altamente desejáveis na dieta, pois exercem muitos efeitos positivos sobre a saúde e o bem-estar humanos. No passado, as bananas foram efetivamente utilizadas no tratamento de várias doenças, incluindo a redução do risco de muitas doenças crônicas degenerativas.
A manga também se destaca pela sua variedade (exemplos: espada, rosa, tommy, palmer, van dyke, entre outras) e ampla distribuição no país. Além de ser uma excelente fonte de antioxidantes dietéticos, como os carotenóides e compostos fenólicos, a manga é fonte de vitaminas A e C. A vitamina C é um componente essencial da dieta humana, necessária para a prevenção do escorbuto, apresenta funções biológicas na formação de colágeno, absorção de ferro e aumento do sistema imunológico. A vitamina A atua como um antioxidante importante na manutenção dos tecidos epiteliais e sua deficiência provoca pele áspera e seca, cegueira noturna e xeroftalmia (“cegueira noturna”).
Recomenda-se, portanto, o consumo regular de frutas e vegetais regionais, de forma a incentivar a diversidade das espécies nativas e seus usos culinários, além do acesso aos nutrientes que assumem a promoção da saúde.
Confira a cartilha dos Alimentos Regionais Brasileiros publicada pelo Ministério da saúde, contendo diversas informações culturais e receitas de alimentos regionais do Brasil.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentos regionais brasileiros. 2ª Ed., 2015. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/livro_alimentos_regionais_brasileiros.pdf>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar Para a População Brasileira. 2ª Ed., 2015. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.pdf>
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