CPaS-1 – Coletive de Pesquisa em Antropologia, Arte e Saúde Pública

As ideia que o corona dá na cabeça – conversas da zuba (Parte II)

Luiza Ribeiro da Silva

Terapeuta Ocupacional – São Paulo.

Inté peço desculpas aos amigo, mas nas últimas semanas tô conversando pa caramba…é marruma das esquisitice do vírus. Dono do tempo, tem bagunçado a gente numas vontade, e um dos sintoma que deu nimim foi justamente o de botá pa fora um monte de acontecido.

Agora memo, veja oceis, tem um tanto de projeto suspenso num varal que cruza o mundo todo. Daqui até ali, tem tudo que é tipo de gente pensando num amanhã que num chega nunca.

E é num cenário de reticência que vi o hoje saltá diante dos meu zói, e chegô foi com fortes exclamação.

A tarde vei com adrenalina. Ela, a muié que num falava, além de tá fuxicano mai que a matraca véia, inda deu de sê grossa. É preciso dar um jeito nisso, ês dissero…

Eu ri uma risada boa. Daquelas que nois costumava dá em março, quando juntava braço com braço e pé com pé em qualqué embaraço gostoso de corpo solto no mundo.

É de humano pa humano que as novidade da vida ganha bri no zói da gente…

Respondi no memo tom de euforia que, finalmente, a muié tava era aprendendo a conversar. No auge de seus 53 anos, além de falá, inda incomodava. Um salto enorme em qualqué livro de autonomia.

Num se assuste pouco pa tanto.

O presente num tá morto, ele só tá aconteceno duns jeito mei diferente…

Publicado originalmente no dia 13/05/2020.

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