CPaS-1 – Coletive de Pesquisa em Antropologia, Arte e Saúde Pública

Orientações da FSP para a Graduação e Pós em tempo de crise sanitária e maior distanciamento social

Faculdade de Saúde Pública da USP abre vagas para professores de epidemiologia e de gestão de saúde
Imagem disponível em <Faculdade de Saúde Pública da USP abre vagas para professores de epidemiologia e de gestão de saúde | AGÊNCIA FAPESP>. Acesso em 30/11/2021

Elencamos a seguir pontos norteadores para as reflexões que se fazem necessárias neste momento ímpar, de forma a agregar nossos saberes e experiências.

1. Atravessar a solidão. Docentes e estudantes, mesmo distanciados, mesmo em isolamento, não estão sozinhos. As Comissões de Graduação e Pós-Graduação estão atentas e conectadas para atender dúvidas, partilhar angústias, propor alternativas, buscar soluções coletivamente. Aqui nossos e-mails para contato e apoio:

Comissão de Graduação: comgrad@fsp.usp.br

Comissão de Pós-Graduação: cpg@fsp.usp.br

2. Localizar-nos. O ponto fundamental é: estamos em um tempo de crise sanitária, política e, previsivelmente, econômica que não sabemos ainda quanto vai durar e nem como vai se desenvolver. Essa certeza é o ponto de início ético para pensarmos todos os desdobramentos metodológicos e pedagógicos. Não é um tempo em que práticas, expectativas e demandas “normais” possam ou devam ser sustentadas. Estamos todxs passando pelo mesmo tempo, alguns de formas piores que outrxs. Para muitxs estudantes a prioridade atual não é garantir aprovação com nota máxima no semestre, e essa é uma realidade com a qual devemos lidar. É importante saber como os nossos estudantes estão atravessando a crise e como podemos ajudar.

3. Lugar de fala. Somos docentes de uma das maiores universidades da América Latina, pública e orgulhosa de si, e trabalhamos, pesquisamos e lutamos no campo da Saúde Pública. Lembrar do lugar do qual falamos é fundamental para orientar nossas ações. Devemos fazer o máximo para garantir a melhor formação possível para nossxs estudantes: mesmo que esse máximo, em tempos de crise, possa ser ou parecer um mínimo. Tentar não fazer atividades apenas para tapar buracos ou porque é melhor fazer do que não fazer (sabemos que muitas vezes é melhor não fazer).  É possível pensar que a pandemia de COVID-19, em termos de problema conjuntural mas estruturante das relações sociais em todos os âmbitos e níveis, oriente a formação interdisciplinar que faremos com nossxs estudantes?  É possível pensar que, desde a graduação, nossos estudantes -e nós mesmos- colaboremos produzindo melhor informação sobre a pandemia e suas relações políticas e sociais?

4. Arranjos particulares, combinações parciais e localizadas são fundamentais nesse momento. Só você conhece sua disciplina, seus talentos, sua experiência. Igualmente, apenas você pode conhecer a sua turma em relação a você mesmo e à sua disciplina. Pergunte, proponha alternativas e confie na sua capacidade de arranjar caminhos e acordos; construa limites relacionalmente com seus estudantes e suas redes de apoio.  E comunique a experiência: em tempos de isolamentos e distanciamentos intensificados, é preciso fortalecer a comunicação, a presença e os vínculos. Todxs precisamos aprender.

5. Nada sabemos sobre o tempo. É importante pensar em termos de urgência e emergência: essa aula, a próxima… Mas também é importante começar a pensar em meses, pelo menos. Como será o desdobramento desta disciplina nos próximos meses? Ou seja, como conduziremos nossas disciplinas integralmente em estado de crise? O que pode ser esperado, oferecido, demandado e exigido em alguns dos cenários que se desenham?

6. Saber, compartilhar e aprender. Não se tem muito conhecimento sobre metodologias de ensino em tempos de crise sanitária. Trabalho remoto on-line é uma alternativa, mas não é a única. Devemos garimpar, construir e compartilhar saberes. Saberes que já temos. Quem já usa e aproveita tecnologias digitais para o ensino, quem trabalha com “pedagogias ativas” pode assumir um rumo de adaptação destes conhecimentos para um tempo de crise, maior distanciamento social ou isolamento. Quem trabalha com ensino baseado em projetos ou em problemas pode promover esse caminho e compartilhar com colegas. É um tempo bom para aprender, para produzir novos recursos e conhecimentos.

Para docentes que optarem pelo planejamento de atividades remotas de ensino, indicamos o prazo de 23 a 30 de março de 2020 para início. Nesse sentido, algumas sugestões para operacionalização de tais atividades podem ser úteis, respeitando as especificidades e as características das disciplinas e das turmas:

É desaconselhável exigir trabalho síncrono com xs estudantes, considerando diferenças e iniquidades para acesso aos recursos necessários para tanto, bem como a reorganização do tempo em diversos contextos.

A menos que estritamente necessário, aulas e palestras não precisam ser gravadas. Quando a informação não puder ser trabalhada de outra forma, é possível prever a gravação de tópicos de forma mais objetiva (um conceito por aula), preferencialmente com legendagem (YouTube gera legendas ocultas/closed captions). A edição de vídeos não precisa ser vista como prioritária neste momento. Caso não sejam necessárias imagens, é possível prever a gravação de podcasts sobre os assuntos.

Prazos para entrega online de atividades para nota devem ser propostos e mantidos preferencialmente em datas e horários consistentes ao longo de todo o período de suspensão de aulas presenciais (exemplo: domingo às 23h59). Isso é importante para que as tarefas possam ser realizadas de forma mais flexível pelos estudantes em meio à rotina domiciliar. É recomendável, ainda, programar o envio de avisos sobre os prazos estabelecidos.

Não exigir que xs estudantes usem quaisquer formas de monitoração on-line ou registro durante atividades ou exames para nota, dado que isso é uma violação fundamental de privacidade.

Permitir que atividades ou exames para nota que venham a ser programados à distância sejam realizados em duas tentativas, de forma a coibir o impacto de problemas técnicos.

Se possível, neste momento dar preferência a atividades ou exames com autoclassificação de notas (testes de múltipla escolha e verdadeiro/falso, por exemplo).

Abrir vias claras de contato com a equipe da disciplina (professores/monitores) para estudantes com circunstâncias extenuantes ou que manifestem sintomas, para que sejam discutidas possíveis alternativas em relação às tarefas e aos prazos propostos.

Para apoio ao desenvolvimento de atividades remotas e aulas à distância, algumas alternativas iniciais vêm sendo exploradas. Indicamos acesso ao material produzido pelo Grupo de Apoio Técnico para Moodle/eDisciplinas USP. Além disso, a Divisão de Produção Digital da FSP disponibiliza materiais e suporte técnico valiosos:

Grupo de Apoio Técnico-Pedagógico da USP

Guia básico para o Moodle: https://docs.atp.usp.br/artigos/guia-moodle-para-iniciantes/  Guia para web-conferências: https://docs.atp.usp.br/artigos/web-conferencia/

Help desk e contato do Moodle/e-Disciplinas: https://edisciplinas.usp.br/mod/page/view.php?id=12

Roteiro para elaboração de atividades didáticas online: https://www.prg.usp.br/atividades-didaticas-degraduacao-on-line-como-elaborar/ 

Divisão de Produção Digital da FSP

Apoio remoto aos computadores dos docentes por meio do download do TeamViewer, versão 13:

Windows: https://download.teamviewer.com/download/version_13x/TeamViewer_Setup.exe

Mac: https://download.teamviewer.com/download/version_13x/TeamViewer.dmg

FAQs produzidas pela Superintendência de TI da USP, com tutoriais para configurações de aplicativos para conferência web: https://atendimentosti.usp.br/otrs/public.pl?Action=PublicFAQExplorer;CategoryID=86

Curso EaD para docentes em aprendizagem em ambientes virtuais: https://prceu.usp.br/noticia/curso-emead-para-docentes-da-usp/

Ferramentas adicionais incluem:

1. Google Hangouts Meet

https://meet.google.com/ Acessível por meio do e-mail/G-Suite USP.

Há um tutorial simples para criação de aula elaborado por um colega da FZEA em: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=GVZrz1IbG4A

Depois de criar a sala, pode-se enviar o link e o código da sala para os estudantes pelo Moodle, preferencialmente solicitando que desativem o microfone e a câmara deles. A interação pode se dar via chat, mas durante a apresentação é impossível visualizar as mensagens –com isso, é importante prever momentos de participação com perguntas. A gravação do conteúdo transmitido é possível, acionando a gravação da reunião antes de dar início à apresentação (Participar > Gravar > Apresentar agora).

2. Cisco Webex

https://cart.webex.com/sign-up?locale=PT-BR

Disponibilizado gratuitamente para reunião com até 100 pessoas (ferramenta no estilo do Zoom).

3. Live streaming no YouTube

https://www.youtube.com/create_channel?upsell=live&next=%2Flive_dashboard

Pode ser criado canal para fazer transmissão ao vivo no YouTube. O primeiro streaming pode ser feito 24-72 horas após cadastro.

4. Live streaming no Periscope

https://www.pscp.tv/#share

Ferramenta para streaming que pode ser utilizada em PC, tablet ou celular para ministrar aulas e em seguida compartilhar com estudantes. Pode ser conectada por uma conta Google.

5. Tutorial com dicas para migrar aulas para o online https://www.physport.org/recommendations/Entry.cfm?ID=119906&fbclid=IwAR3Kj4VrZvdflpNIPbQKd2es n9nRA00jghpwNwydYUhcQBXGPWUL3EpRRtE

É focado no ensino de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, mas apresenta diversos pontos úteis para todas as áreas. Agradecemos a contribuição dos professores José Miguel Nieto Olivar, Bárbara Hatzlhoffer Lourenço, Cristiane da Silva Cabral, Ana Estela Haddad e de Leni Pires das Merces para a elaboração das presentes orientações. As reflexões da professora Rebecca Barrett-Fox (https://anygoodthing.com/) foram também de grande valia.

Publicado originalmente em 23/03/2020

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